Capítulo 6

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OIII GENTE, MAIS UM CAPÍTULO

BOA LEITURA, ESPERO QUE GOSTEM....

XXX

(P.O.V Jinx)

Eu devia ter adivinhado que algo estava errado quando cheguei de frente para casa. Havia carros estacionados na nossa a rua, muito luxuosos para serem dos nossos vizinhos. As consultas psiquiátricas em casa eram quartas-feiras. Hoje é terça.

Abro a porta da frente bem devagar.

-Seu comportamento e humor tem melhorado. Ela não tem falado sozinha e não tem tido crises, mas tem ficado bastante isolada em seu quarto. Querendo ou não acho que isso é uma melhora, não é!?!

Minha irmã está na sala de estar, em um círculo de pessoas, composta por Vi, caitlyn e seus pais, conselheira Cassandra e Doutor Tobias, meu psicólogo. Canecas estavam espalhadas pelos móveis próximos, enchidos por chá quente -Qual é a tara desse povo com essa bebida!?! Tem gosto de água suja. Vejo uma pasta com uma foto minha sobre a mesa de centro no meio do círculo. Por sorte, eles não me avistam.

-Mas estamos preocupadas, já que faz um tempo que o senhor não faz uma sessão com ela. E agora ela esta entrando em uma fase nova -Caitlyn diz, segurando a mão de Vi passando segurança- Com ela entrando na academia, estamos com medo dela voltar a se isolar. Ela não é muito de falar...

Cadê o Mylo e o Claggor? Por que ele nunca parecem quando essas merdas acontecem?

Ouço conversas mais normais, o que indica que eles estão sossegando.

-Como posso te agradecer, Senhor Tobias? -diz minha irmã-Eu não poderia estar mais grata pela sua ajuda. Eu não sei muito como agir com ela. Ela é um menina muito diferente de mim.

-Não precisa agradecer, eu faço esse favor pela minha nora, fora que a Jinx é uma ótima criança!

Fecho os olhos e me forço a me acalmar. Em silêncio, atravesso o corredor e subo até meu quarto, mas continuo escutando. Minha irmã agradece a todos mais uma vez e os conduz à sala de jantar para comerem torta de espinafre e doces gregos, que ela fez. Sinto pena deles. Nada impede aquela família de ter problemas no estômago.

Entro no quarto sorrateiramente. Aqui, cercado por minhas coisas, me sinto seguro. Com o papel de parede preto e a iluminação que instalei durante as férias de dezembro do ano passado, tentei dar um pouco de personalidade Zaunita ao meu quartinho. Queria que ficasse parecendo um caverna ou um esconderijo mal iluminado.

Mas a Vi e a Cait acha que tudo isso é evidência de que estou deprimida. Nada faz sentido para elas. "Por que você não pendura pôsteres de garotos ou séries nas paredes, como as outras garotas em vez de fazer esses desenhos?" -o que é hilário e irônico, porque ninguém na minha família parece ter interesse no sexo masculino é em séries, exceto quando eu forço a Vi ver alguma série de química e física, breaking bad tá aí né gente. E só isso. Sou o único aqui que se interessa ao menos um pouquinho por esse tipo de entretenimento que não envolva cozinhar ou ir trabalhar, as duas únicas formas de "passar o tempo" que minha família vem valorizando.

Então, de volta ao meu quarto. Instalei o máximo de estantes que consegui neste pequeno espaço. Estar cercado por livros me acalma. Faz o quarto parecer envolto em uma camada de proteção -como se nada nem ninguém pudesse me alcançar aqui.

Olhando ao meu redor, penso: Preciso falar com o Mylo. Ele sempre me tranquiliza. Apesar de que, depois do que vi, eu deveria é ficar na minha. Analiso o quarto. Dá para perceber que alguém mexeu nas minhas coisas.

As vozes da minha cabeça Onde histórias criam vida. Descubra agora