O Menino de Cornelia Street

prólogo.

Pela primeira vez em anos eu novamente vi o olhar penetrante da criatura que tanto me trazia conforto em meio da minha solidão, mas que agora, estava me causando calafrios. Ignorar aquilo igual antigamente seria impossível, parece que esse poder acabo escapando de minhas mãos sem que eu percebesse, desde quando aquelas criaturas deixaram de ser reconfortantes e se tornaram assustadoras? Por instinto liguei meu abajur, mas a vida real é completamente diferente da ficção de filmes de terror, aquela coisa acabou continuando ali como se aquela luz não a incomodasse. Já cogitei que isso talvez fosse algo da minha cabeça, que talvez eu fosse lunático desde moleque, mas no fundo eu sentia que não era louco. No fundo eu sentia que talvez houvesse outra pessoa por aí que fosse assombrada dessa forma, outra pessoa que fosse considerada lunática mas que no final via o que os outros não conseguiam enxergar.