Capítulo 14

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Chegamos a organização e a agitação se fazia presente no ambiente. O lugar o qual geralmente estava quase vazio, agora estava abarrotado de pessoas carregando equipamentos e armas de um lado para o outro. Havia um líquido prateado no chão e um homem com a perna ensanguentada estava recebendo cuidados de uma equipe médica ao fundo. Avistei Clair próxima à cena dando ordens a um grupo de pessoas armadas.

— O que houve? — Mark perguntou quando nos aproximamos.

— Aleteia já era. Leon acaba de roubá-lo. — Clair declarou enraivecida. Ela gritou algumas ordens a um outro grupo e voltou-se para nós novamente. Seu olhar pousou em mim por alguns segundos. — Agnes, que bom que você está bem. — Os cantos de sua boca se ergueram levemente.

Abri a boca em um "O". Eu estava surpresa e tinha que admitir que não sabia muito bem como reagir ao inesperado gesto afetuoso de Clair. Não que eu imaginasse que ela fosse um ser sem coração. Quer dizes, eu imaginava sim. Mas aquilo era bastante inesperado. Até mesmo Mark olhava com o cenho franzido para a mãe.

— Aquele bastardo é mais esperto do que eu imaginava. — Clair reclamou voltando a sua normalidade.

— Como ele conseguiu? — Tentei manter o meu tom de voz neutro, ainda que o impacto daquelas palavras fizesse a ansiedade ser jogada em litros na minha corrente sanguínea.

Leon roubar Aleteia significava que as chances de eu ser inocentada haviam sido reduzidas a zero. Não tinha meio de eu provar minha inocência sem o objeto mágico. Eu seria perseguida até que a gangue, ou alguém que estivesse atrás de receber a fortuna que era derramar o meu sangue, me matasse.

— Haviam espiões infiltrados em nossa formação. Eles aproveitaram que estávamos distraídos com o resgate da Agnes e o fizeram.

— Desgraçados! — Mark praguejou fechando as mãos em um punho.

Relembrei da minha fuga. Havia câmeras pelos corredores mas ninguém me interceptou. Leon havia planejado tudo, ele sabia exatamente o que estava acontecendo e nós jogamos o seu jogo sujo novamente. Contudo, nem tudo havia saído de acordo com os seus planos. Gostava de imaginar como Leon reagira ao descobrir que eu havia fugido antes que Thomas me aplicasse a injeção.

O homem ferido gemeu de dor mais a frente enquanto uma enfermeira trabalhava em sua perna. A situação era pior do que eu pensara. Seu fêmur havia sido fraturado e uma parte dele estava exposta.

Desviei o olhar procurando deletar a imagem da minha mente e olhei para Mark que me analisava preocupado.

— Leon não pode usar Aleteia se também não tiver você, Agnes. — Seus pensamentos o havia levado para o mesmo lugar que o meu.

Mas ele não precisava. Leon havia guardado um pouco do meu sangue em um tubo de ensaio depois que havia ferido o meu ombro com o canivete. Leon tinha Aleteia e tinha o sangue de quem ele queria tirar a verdade. Leon tinha tudo que precisava consigo.

— Ele tem o meu sangue e é somente disso que ele precisa. — Informei a Mark.

— Do que estão falando? — Clair indagou entrando na conversa. Ela ergueu uma sobrancelha para o filho como que esperando que ele a explicasse tudo rapidamente, como uma mãe quando descobre que o filho tem uma nota vermelha no boletim da escola.

— Vamos para o escritório. — Mark sugeriu. — Nós precisamos ter uma conversa.

 — Nós precisamos ter uma conversa

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