Apenas Desejo Carnal

Uma Boate, Um Quarto de Hotel e Uma Noite Prazerosa

"Apenas Prazer Carnal."

(...)

Dia 23 de Julho 2025

Quarta-feira, 11:30

As palavras do professor parecem longínquas.

O suspiro que escapou por seus lábios denunciava sua falta de interesse no que quer que estivesse escrito no quadro negro, ele brincava com a caneta movimentando-a entre os dedos enquanto seu queixo descansava na mão oposta. Pela janela aberta, ele observava as pessoas andando do outro lado da rua e o fluxo moderado de carros.

Ele estava totalmente alheio a qualquer situação que acontecia naquela sala repleta de alunos. Ele não se importou em prestar atenção na explicação que possivelmente cairia na prova da semana que vem. Sua mente, naquele momento, estava exclusivamente voltada para aquela dama de vermelho com seus longos cabelos dourados. A mulher que reviveu a chama que havia sido apagada.

A chama do desejo.

As lembranças de dias atrás inundaram sua mente como um dilúvio. Ainda tão vividas. Como se o que aconteceu no feriado ainda estivesse impregnado em seu corpo.

[...]

Dia 18 de Julho 2025

Sexta-feira, 18:30

A semana passou bastante turbulenta. Não tinha sido nada fácil focar na faculdade e no trabalho, parecia que para onde ele olhava, a imagem dela aparecia.

Irônico não? Ele que estava tão desesperadamente buscando esquecê-la, que acabava sempre lembrando dela, parecia até uma maldição... do que tipo que parecia não ter exorcização.

Mas porque ele queria esquecê-la?

Essa é possivelmente sua dúvida.

E eu lhe explico.

Porque ele havia sido traído.

Uma dolorosa traição.

E com a traição veio os questionamentos. Inúmeros deles.

Por que as pessoas traem?

Era porque elas não sentiam mais o conforto que antes sentiam?

Era porque elas se deixavam levar pelo momento?

Era porque elas se acovardaram em colocar um ponto final e começavam outro relacionamento escondido para se sentirem amadas e desejadas?

Ou todas as opções anteriores?

Ele sinceramente não sabia...

E com isso veio o sentimento de culpa.

Talvez ele fosse o errado?

Se sim, onde ele teria errado?

Em nenhum momento deixou de dar carinho, amor, prazer, respeito e companheirismo. Sempre respeitou as decisões dela, buscando sempre apoiá-la, independentemente se a escolha que ela fez seria a certa ou errada. Nunca impôs limite com as roupas que ela usava, não tinha ciúme doentio, não era possessivo, não se importava dela sair com as amigas.

Então onde ele havia errado para que ela quisesse traí-lo?

Ele realmente não sabia...

— Acho que nunca saberei...

O sussurro acompanhado de um longo suspiro ecoou pelo quarto com as lâmpadas desligadas. O clima frio pelo ar-condicionado ligado deixava a situação dele opaca. Deitado com um dos braços em cima da testa, seu olhar fixava-se no teto tentando inútilmente encontrar a resposta para seu questionamento. Uma parte do quarto era banhado pela luz do luar que reluzia pela cortina fina da janela atrás de si.