Me faça companhia?

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Era uma noite chuvosa e fria, onde os ventos ruiam pelas frestas das janelas. Estava frio e o barulho das gotas de água caiam fortes sobre o telhado da casa de Emma.

A garota se encontrava na sala, como Phil e Carol tinham ido dormir na casa de Anna, naquela noite era apenas ela e sua própria companhia no local.

Emma se encontrava no sofá da sala, cujo cômodo se encontrava iluminado apenas pela TV ligada que reproduzia a série "a maldição da residência Hill".

Segundo ela: a noite já estava assustadora o suficiente, então porque que não deixar ela mais um pouco?

Nem sabia em qual episódio estava, já que se concentrava em apenas não ter medo e em ignorar os barulhos assustadores que a noite lhe trazia.

Mas isso não envolvia seu celular vibrar ao seu lado, mostrando na tela um número desconhecido.

- Sério? Fui assistir uma série de casa amaldiçoada e do nada eu tô no filme da Samara? - disse para o nada e resolveu atender aquela ligação antes que alguém que não estava realmente ali respondesse. - Alô?

No entanto, a chamada estava no mudo. Ela não ouvia nada, nem se quer uma respiração e aquilo já estava começando assustar ela.

- Don, se for você eu juro que te meto a vassourada de novo! - no entanto nada fora respondido, nem mesmo um som de risada abafada - fosse ao fundo ou direto no microfone.

Desistiu daquilo e apenas encerrou a chamada.

Uma batida na janela fora ouvida a fazendo se assustar. Rapidamente ela se enrolou mais ainda na coberta que estava utilizando, rezando para que aquilo realmente a protegesse de seres malignos.

Emma não sabia o que fazer, então resolveu seguir seus instintos: pegou novamente seu celular e ligou para a única pessoa que estava marcada como favoritos em sua chamada telefônica.

A chamada deu dois toques antes de alguém atender.

- Que foi? - pelo tom de voz, ela poderia deduzir que ele estava dormindo.

- Vem pra cá agora.

- Mas por quê? Tá chovendo.

- Vem logo, por favor e não reclama. - disse antes de desligar a chamada e voltar a se enrolar mais ainda na coberta (se é que era possível).

Ela estava assustada, isso é fato. Mas aquela ideia de ver coisa assustadora sozinha sem dúvidas fora a mais burra que ela já teve, e olha que ela já teve muitas idéias burras durante sua vida.

A cada barulhinho a garota se assustava e se apertava mais entre as cobertas.

Duas batidas foram ouvidas na porta, fazendo Emma olhar assustada na direção do som e levantar lentamente do sofá, ainda levando consigo sua coberta/escudo.

As batidas começaram novamente a fazendo parar na metade do caminho entre o sofá e a porta, era visível que ela estava assustada.

- Emma? Abre logo, tá chovendo!

- Ray? É você?

- Não minha querida, é a Taylor Swift - disse Ray com sarcasmo. - É lógico que sou eu, quem mais viria depois de você ter ligado?

- Sei lá, os irmãos Winchester's?

Emma apenas abriu a porta, revelando do outro lado um Ray ainda de pijama e com os cabelos umidos por conta da chuva.

Ela ficou aliviada por saber que era realmente o garoto alí e não um assassino prestes a matar ela. Deu espaço para o garoto entrar e assim que ele se colocou para dentro ela trancou a porta.

- Por que você me chamou, Emma? - Ray perguntou de uma vez, fazendo a garota apertar as cobertas um pouco mais forte.

- Eu estava com medo. Digamos que ver coisa de terror nesse clima não foi uma boa ideia... E como eu não tava afim de ficar sozinha em meio a tudo isso, eu te chamei... E também porque você foi o primeiro que apareceu na minha lista de contatos.

- Entendi... - Ray se aproximou dela a abraçando. - Ainda está com medo? - ela balançou a cabeça negativamente. - Fico feliz. - ele tentou se afastar dela, porém a garota o abraçou mais forte.

- Fica assim mais um pouco... É quente. - ela sussurrou a última parte fazendo o garoto sorrir e acariciar os cabelos dela.

- Ficaria aqui para sempre, se você me pedisse.

E naquele momento de afeto e amor, eles não notaram que havia duas pessoas alí. Pessoas que não estavam mais vivas e que não eles não conseguiam ver. Pessoas, essas, que foram responsáveis pelos barulhos que amedrontaram Emma até que ela ligasse para Ray, pois sabiam que o destino dos dois começava mais a fundo naquela noite.

E essas pessoas sorriam, felizes por ver que o futuro iria dar certo.

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