_ Desavenças e reconciliações _

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03/02/22

~ Gaspar

  Eu estava parado na frente da sala toda. Minha cara deve dizer o quanto eu preferia estar morto do que estar aqui. O professor tinha acabado de anunciar que Arthur seria a minha dupla para o resto do ano. Nunca odiei tanto a escola por querer fazer os alunos terem uma vida social.

  Eu volto para meu lugar e ouço meu telefone tocar, o alarme do meu remédio. Eu viro para pegá-lo em minha bolsa e aproveito a chance de ver como está a cara do Arthur. Ele parece querer morrer mais do que eu.

   Eu dou uma risadinha sem graça para ele, que responde com um sorriso falso.
Que dia em? Nossa. Eu tomo meus remédio, na hora lembro da Bea. Será que ela chegou bem? Será que ela foi para aula?

— Alunos, vou pedir que se juntem com suas duplas e já comecem a fazer o trabalho. — Veríssimo diz se virando e indo em direção a porta. — Me deem licença pois vou ter que sair rápido, mas já volto.— Ele diz saindo de sala.

  Eu me levanto e ando até a mesa de Arthur. — Oi. — Digo desanimado — Traga logo suas coisas, Gaspar. — Ele diz quase como se quisesse chorar de decepção. — É melhor você ir uma fileira para frente, eu sou míope. — Digo. Ele revira os olhos e começa a recolher suas coisas. Arthur coloca as coisas dele na mesa ao meu lado, junta nossas carteira e senta ao meu lado.

— Oi, a propósito. — Ele diz frio. — Já volto, só tenho que resolver uma coisa antes de começar. — Digo a ele, me levantando.

  Ando até a mesa do Tristan que está uma fileira para trás de nós. — Minha irmã chegou bem? — Pergunto a ele.
— Oi Gaspar, bom dia para você também. — Eu reviro os olhos. — Minha irmã chegou bem, Tristan? — Pergunto mais seco do que na última vez.

— Você é muito grosso sabia? Teria mais amigos se fosse mais parecido com sua irmã. — Ele diz — Sim, ela chegou bem, grosso. — Fala seco.

— Se é muito chato mesmo, né? Você acha que eu vou ficar de bom humor com a notícia de que a minha irmã escolheu um maconherinho de merda para namorar? — Eu altero um pouco o meu tom de voz. Quem ele acha que é para mexer comigo desse jeito e não levar uma em troca? Cabeludo chato da porra.

— Você tá bravinho por conta disso? Eu tô com a sua irmã a semanas e você nem notou. — Eu vou dar na cara dele.
— Será que você é um irmão tão bom assim? — Eu não acredito que ele disse isso. Eu vou matar ele.

— Perdeu a língua, Gaspar? — Antes que eu possa me segurar eu explodo. Dou um soco bem dado na cara dele.
— Só a minha irmã pode me chamar assim, seu merdinha. — Digo me virando para sair dali, mas antes que eu consiga Tristan me dá uma rasteira e eu vou de encontro ao chão.

   Ele pula em cima de mim e ali começa uma série de tapas, chutes e puxões de cabelos de ambas as partes. Consigo acertar ele bem no olho, quero ver ele piscar para minha irmã agora.  Sinto ele agarrando o meu cabelo, só reflexo eu agarro o dele também.

   Vejo que em volta já tá todo mundo olhando e tem até gente de outra turma vendo. — Eu já não gostava de você antes, mas agora que eu descobri que você fudeu a minha irmã eu DESGOSTO MUITO MAIS. — Eu grito para ele aumentando o tom de voz no final da frase.

— Primeiramente, eu prefiro "Fudeu com a minha irmã." Segundo, eu tô saindo com ela a meses, e eu sei que você não é tão burro assim para não perceber. — Ele me responde aos berros também.

— LOIRINHO, seu eu fosse você eu quebrava a cara dele. — Uma garota do 2°B grita lá da porta com um sotaque francês muito marcante. — AMELIE. — Uma garota com cabelos loiros ondulados puxa ela para fora de sala.

Recomeço, cinerarias e acordes refeitos Onde histórias criam vida. Descubra agora