Et s'il n'est pas loin ?

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Conheci todos os pontos turísticos possíveis com Josh e bom, até que não foi tão ruim como eu esperava. Ele não é tão chato assim e até me diverti com ele, principalmente no museu, onde ele tentou a todo custo chegar perto do quadro da Monalisa e não conseguia. Ele até brigou com algumas pessoas em mandarim, então não bateram nele porque não sabiam se ele estava xingando ou não.

— Não acredito que eu queria tirar foto disso! — Ele olhava indignado para o celular. — Sério, olha o tamanho desse quadro! Todo descascado e a mulher é horrorosa! — Tento segurar a risada em vão. — Você quer ir em outro lugar ou podemos ir embora?

— Vamos deixar o Moulin Rouge para outro dia. — Comento. — Até que não foi tão ruim turistar com você.

— Eu já disse… Nós podemos ser bons amigos. — Guarda o celular no bolso e aproxima o rosto do meu, me deixando embasbacado. — Amigos com benefícios se você quiser.

— Desiste! — Empurro a testa dele e saio dali, tentando voltar a respirar normal. — Vou chamar o táxi para nós.

— Noah. 

— Hum? — Me viro para ele.

— Você realmente não acredita em almas gêmeas?

— De novo isso?

— Você já deveria ter aprendido que eu sou insistente.

— Percebi! — Suspiro. — Eu não acredito porque acho impossível encontrar uma pessoa para mim em milhões. É impossível todas essas pessoas acharem sua alma gêmea entre tantas outras pessoas no mundo.

— E se você tiver uma que não está tão longe? 

— Essa pessoa desistiria de mim. Todos desistem. — Olho para a rua. — Tem um táxi ali, vamos até ele! — Dou o assunto anterior por encerrado.

Outro motivo para eu não acreditar nessa baboseira, é porque para minha mãe não deu certo. Ela diz que meu pai era a alma gêmea dela e ela era a alma gêmea dele, mas por que ele abandonou a gente quando eu tinha 5 anos? Por que ele fez isso se era "alma gêmea" da minha mãe? 

Como eu posso acreditar em algo, se parece tão errado? A mulher por quem ele nos trocou era mais importante que a "alma gêmea" dele? E eu… Mereço talvez passar por algo parecido?

Minha mãe sempre diz que eu devia dar uma chance para o amor, mas como eu poderia fazer isso, se ela deu essa chance e deu o que deu? Eu não posso fazer isso com ela, nem comigo.

— Como é trabalhar para o Lucca? — Acho que Josh deve ter algum problema com silêncio, já que ele está fazendo algum tipo de barulho a todo momento.

— Ele é um chefe muito bom. Sempre o admirei por ser esforçado e espero ser como ele um dia. — Sorrio satisfeito, me lembrando do meu amado emprego.

— A relação de vocês é só… Profissional, né? — Olho para o cara ao meu lado, tentando entender onde ele quer chegar. — Sabe aquelas histórias de chefe e secretário?

— Oh Deus! — Não acredito que ele tá pensando nesse tipo de coisa. — Sr. Harris é só meu chefe. Nunca passou disso. Nunca conversamos sobre vida pessoal e foi uma surpresa quando ele me fez esse pedido.

— Ufa! — Exclama. — É que… Minha melhor amiga está prestes a se casar com ele. Eu precisava saber se você não era amante dele ou algo do tipo. Seria muito doloroso para a Taylor. 

— Você estava insinuando que nós tínhamos um caso? Em que momento deixamos isso transparecer? Cara! Não! — Eu nem reparei que estava falando um pouco alto, somente quando o motorista virou para trás e pediu para falarmos mais baixo. — Foi mal!

— Calma… Eu só estava preocupado. Não conheço Lucca direito.

— Mas isso não dá motivo para você me ofender dessa forma. — Falo entredentes.

— Eu estava tentando proteger minha amiga! — Grita também, fazendo o motorista se virar novamente. — Pardon! — Pede ao senhor que dirigia.

Fico em silêncio, tentando dirigir o que acabou de acontecer. A real é que eu não sei porque me ofendi, já que ele só estava preocupado com a amiga que deve ser muito importante para ele. Eu acho que tudo que envolve Josh me irrita, ao mesmo tempo que eu me sinto irritado comigo mesmo por gostar de certas coisas que ele faz, ou por me fazer rir. Eu sempre estou irritado perto dele.

— Desculpa! — Peço, ainda sem olhar para ele, porque eu estava envergonhado pela minha atitude e pelos meus pensamentos sobre ele. — Eu não devia ter me ofendido, você só estava desconfiado. O que é normal.

— Não era desconfiança, eu só precisava tirar a prova.

Viro meu olhar para ele. — Então era por isso que você queria dormir comigo? — Por que me doeu pensar nessa possibilidade?

— O que?! Não! Não mesmo! — Se atropela nas palavras para falar. — Eu queria dormir com você porque você é gostosinho! Na verdade eu ainda quero, mas você não me dá chance nenhuma.

— E nem vou dar. — Sorrio para ele e volto a olhar pela janela.

Ele ainda quer dormir comigo e agora não está mais me doendo pensar nisso. O que isso significa?

Âme Sœur (Nosh)Onde histórias criam vida. Descubra agora