CAPÍTULO CINCO

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____ Tudo bem vó?___ pergunto
preocupada com o que Calissa disse. Ela faz que sim, mas eu sei que não está tudo bem. Ela ficou inquieta desde que Calissa saiu da loja. Minha avó não fica assim atoa, isso significa que mais coisas estão acontecendo e eu não sei. Depois que saímos da loja fomos pra casa, eu precisava sair um pouco, então peguei minha câmara e já estava saindo novamente quando minha avó me chama da sala de visitas.

____ Tenha cuidado querida__ faço um ok com os dedos, ainda estou um pouco preocupada com ela. Então ela menciona algo que faz eu quase cair de cara no chão

____ E não saia correndo por aí como da última vez, as pessoas vão achar que você enlouqueceu

Meus olhos quasse que saltam em órbita. Eu não acredito que ele contou pra ela!. Vou estrangular Gabriel quando encontrar aquele rosto cínico.

____O quê? Achou mesmo que ninguém tinha visto você correndo como se estivesse em uma maratona quando chegou ?

____ Então não foi Gabriel que te contou?

____ Não, quem me contou foi Mariana que estava indo pra igreja, ela disse ter visto uma garota descabelada correndo como se estivesse fugindo da polícia. Ela contou pra todo mundo que tinha uma fugitiva na cidade, as fofocas estão a mil desde que você chegou.

Ela rir da minha cara de espanto e descrença. Agora sou a ridicularizada da cidade, perfeito. Coloco a mão no rosto e saio pela porta enquanto dona Emma rir de mim. Pelo menos eu fui o motivo dela está rindo agora e não preocupada. Respiro profundamente o ar refrescante da cidade, o cheiro de ervas e flores me fazendo sorrir com a saudade de tempos que não lembrava mais . Pego minha câmera e coloco no pescoço, coloco minha boto de cano baixo e sigo em uma caminhada até o bosque dos girassóis, no caminho sinto vários olhares em mim, me sinto estranha, uma intrusa no meio de tantas pessoas que já não sinto vontade de ter por perto ou de olhar nos olhos, quando falam comigo é como um eco, que se repete sempre que pode. Suas vozes são estranhas, suas personalidades confusas, já não sei como agir em meio tantas pessoas que antes eram parte de mim, agora são algo frio, sem confiança. Quando sair daqui muitos me chamaram de desequilibrada por causa dos sonhos, diziam que eu era a garota traumatizada da tragédia da ponte. E isso me tirava as forças, eles tratavam minha família como algo que se quebrou, no caso eu, eu era a pessoa quebrada na casa primavera, tentei por muito não ser lembrada só por isso. Por isso fiz de tudo pra seguir com minha vida, e embora eu dissesse pra mim mesma que o caso de não conseguir vim pra cidade verão novamente se tratava dos sonhos, também tinha a ver com as pessoas, com suas línguas maldosas, e com aquela maldita tragédia da ponte. Tento não pensar muito sobre isso, e até conseguir não lembrar dela por muito tempo, mas agora de volta na cidade, tudo muda. Passo pela vila da pedra, um lugar encantador, as casas são feitas de pedra por isso o nome, a vila fica na metade do asfalto que separa a grama, e é aonde você encontra a loja de bicicletas da cidade, e também é a vila da fofoca, os olhares só aumentam sobre mim. Fica difícil andar, me torno pesada e cansada de repente, estou quasse na saída da vila quando alguém me chama.

____ Violet! É mesmo você.

Me viro e dou de cara com um senhor de cabelos brancos e umas sacolas grandes na mão, ele é o padeiro da cidade, e sempre visita pessoas que estão necessitando de ajuda. Ele vem até mim e percebo que o que ele trás na sacola são pão e bolo, sorrio e o cumprimento.

____ Oi seu Jorge

____ minha cara, quando sua avó me disse que estava de volta não pude acreditar, é bom tê-la de volta

____ espero que sim ___Sorrio fraco__ não sei se todos concordam com minha chegada na cidade, ainda mais pelos olhares que levei o dia todo

____ Não se preocupe com eles, são todos uns fofoqueiros

Sonho de uma vida  (dream of a lifetime) Onde histórias criam vida. Descubra agora