relação casual.

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Any Gabrielly

Após finalizar o molho, eu o deixei descansar tampado na panela, e me virei para Josh que agora estava posicionado atrás da bancada, me deixando impossibilitada de ver seu quadril. Conversamos o básico, sempre ignorando o fato de sua ereção ser visível para qualquer pessoa coerente.

- Acho que faltam uns vinte minutos até a massa ficar boa. O que acha de visitarmos minha adega? - Perguntei, indo em direção a um pequeno cômodo.

- Vai me embebedar esta noite, Any? - Perguntou divertido, e eu sorri - Eu adoraria visitar.

- É aqui - Apontei para a porta transparente, mas era impossível ver o que tinha dentro pela falta de iluminação. Ele se aproximou, e notei que seu jeans não estava mais apertado naquela região, e decidi ignorar este fato.

Abri a porta com uma pequena chave que ficava escondida em uma das gavetas da cozinha, e abri a adega, fazendo as luzes se acenderem automaticamente. De cara, tínhamos uma grade que pegava uma parede inteira com algumas garrafas de vinho, uma mais velha que a outra. As outras paredes eram pretas, e a iluminação deixava o cômodo com uma iluminação sutil e até mesmo sexy, o que me deixava satisfeita com a minha própria escolha de local para fazer a adega. A temperatura por aqui, era um pouco mais fria, o ideal para deixar todas as garrafas em temperatura ambiente, já que o melhor jeito de se beber vinho era este. Algumas partes da grade estavam vazias, e eu fiz uma anotação mental de comprar mais vinhos num certo lugar o qual eu adorava aqui na França.

- Aposto que tem todos os tipos que eu possa dizer - Eu assenti sorrindo quase que orgulhosa, e ele fez uma cara pensativa - Rosé?

- Les Fruits Sauvages - Fui em direção a uma garrafa muito bela, e com o líquido rosado dentro - Uma ótima opção para relaxarmos.

- Tinto?

- Weinert Tonel - Peguei uma garrafa escura, e já bem velha - Essa aqui, era do meu avô que passou para a minha mãe, e ela passou para mim. Está completamente fechada desde 1994.

- É admirável. Acho que um rosé cairia bem, você não acha?

- Na verdade, sugiro um tinto. Quebra um pouco a acidez do molho de tomate - Deixei a relíquia que estava em minhas mãos na grade mais uma vez, e peguei uma garrafa um pouco mais nova - Deveríamos tomar esse.

- Se você diz, eu acredito. Quando desenvolveu este talento para descrever vinhos? - Perguntou sorrindo, e eu fui em direção a porta, ainda com a garrafa em mãos.

- Não sei, na verdade. Meu avô adorava pesquisar sobre, e inclusive ele tinha uma planta de uma vinícola bem guardada na estante. Mas infelizmente ele não conseguiu finalizar, já que teve um estado grave de AVC e acabou não resistindo - Contei quase que naturalmente, mesmo que ainda sentisse saudades do meu avô.

Saímos da adega, e eu coloquei a garrafa em cima da bancada, me encostando na mesma e vendo Josh parar do outro lado dela.

- Sinto muito - Ele disse realmente, comovido, e eu balancei a cabeça em sinal de agradecimento - Sabe, eu acho interessante este tipo de conhecimento. Agora me diga mais sobre você, além dos seus vastos conhecimentos sobre vinhos.

- O que quer saber? - Perguntei apoiando meu queixo na palma da mão, o encarando.

- Quando começou a dançar?

- Desde meus sete anos, eu adorava ballet. Via todas as apresentações na televisão, eu não perdia nenhuma. Um dia, minha mãe realizou o meu sonho, que era de finalmente poder ver um espetáculo de perto, e eu vi "Gisele" e decidi que era aquilo que eu queria para a vida - Contei em tom nostálgico, me lembrando das bailarinas girando no palco, enquanto eu assistia tudo encantada.

Sapatilhas Douradas - Beauany Onde histórias criam vida. Descubra agora