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Thalita

-Ela é minha mãe.

Um silêncio recai sobre a sala após a fala de Fernanda. Meu pai olha pra ela, depois, olha na direção do Lc, por último ele me olha.

Entendo seu recado, e começo a caminhar pra fora da sala, puxando o Lc junto comigo. Assim que saímos da sala, Lc reclama:

-Ei mandada, para com isso, eu quero ouvir o resto da fofoca!

-Tu não vai ouvir mais nada Lc, vamo trabalhar que tem muita coisa pra fazer!

-Pera aí Thata, tu acha que ela é filha do patrão? Se for, vocês duas vão ser as donas disso tudo! Caralho, imagina só?! Duas minas comandando o PPG, se uma eu já não aguento imagina duas?! Vou ficar careca de tanto estresse!

-Cala boca Lc! Talvez ela seja sim filha do meu pai, mas e se ela não quiser assumir o PPG que nem eu? Talvez ela queira estudar, sei lá. E eu nem sou tão chata assim cara! - Lc me olha com uma cara de deboche e revira os olhos - Tá, eu sou irritante às vezes, mas é tudo culpa de vocês que acabam com a minha paciência.

-Aham, é totalmente nossa culpa, claro!

-Mudando de assunto, eu vi que tu tá todo boiola pela Fernanda viu?! Até às regras tu tá quebrando só pra agradar ela. Quem te viu quem te vê hein?!

-Tô boiola o caralho! Só queria ajudar a mina e de quebra saber uma fofoquinha. Esse complexo tá muito parado, tá faltando mais emoção aqui!

-Aham, sei.

-Eu num tô boiola não Thata, e nem você nem ninguém podem provar o contrário!

Nesse momento, meu pai abre a porta da salinha e diz:

-O Lc vai te levar até sua casa nova, ela é simples, mas creio que tu vai gostar.

-Irei amar, seu Caveira, depois de tantos anos em sofrimento, esse é um grande recomeço na minha vida! Mal posso esperar pra conseguir visitar minha mãe.

-Fique tranquila quanto a isso, já tô cuidando de tudo para que tenham o melhor convênio e que ela fique no melhor hospital até sua recuperação- os dois se aproximam de Lc e meu pai diz - Quero que tu leve a Fernanda até o cafofo 2b da rua 15.

Olho surpresa pro meu pai, que entre tantas casas no PPG, ele escolheu justo a que fica em cima da casa do Lc. Alguém tá querendo bancar o cupido aqui viu?! Lc olha pro meu pai, depois olha pra Fernanda e sorri.

-Bora lá mina, se tu quiser até te apresento o morro. - meu pai olha pro Lc com a sobrancelha erguida - claro, se meu patrão deixar!

-Levem o tempo que precisarem. Tenho algumas coisas pra resolver, talvez demore um pouco pra voltar. - meu pai sai andando até sua moto e diz - e filha, quero que fique de olho na contabilidade e no Terror pra mim. Ele anda muito distraído do serviço dele, não quero que isso afete nosso bolso.

-Pode deixar pai, vou ficar de olho em tudo.

Ele bota o capacete, sobe na moto e sai. Lc ajuda a Fernanda a subir na moto dele e depois os dois se vão pelas vielas e becos.

Ainda acho bem esquisito essa mina surgir do nada pedindo ajuda pro meu pai, sinto algo muito estranho no ar, mas se meu pai que já é experiente nessa vida decidiu ajudar, quem sou eu pra dizer algo. Acho melhor me aproximar mais dessa Fernanda, vai que eu consigo descobrir o que ela quer aqui.

Volto pra dentro da salinha, pois a contabilidade me chama. Alguém tem que fazer o serviço aqui né?!

{...}

Amor ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora