A simpatia de Deise Chors - Raquel Evaldt, Kevin Vaz, Luís Branco - 91

Sawtside

- Dez anos depois -

Manu acordara em vasto campo, a sua volta havia apenas montanhas, árvores e mato, muito mato. Se viu perdida em meio ao vasto campo, não sabia onde estava, e para sua surpresa, nem mesmo quem era ela própria. Sem rumo, ouvira apenas sons animalescos e um cheiro horrivelmente forte de madeira molhada, assim como o que sentira na biblioteca. Para ela só restava essa vaga lembrança... Quem era ela? Por que não se lembrava de si mesma? Mas então, porque lembrava de uma biblioteca que fedia a mofo e madeira molhada, em Sawtside. De uma garota chamada Deise e de um grosso livro de simpatias da antiga Salem. Decidira por fim levantar-se e andar, embora sem rumo, andar para qualquer lugar longe daquele cheiro familiar, que por mais que tentasse muito, não lembrava.

Caminhou por algumas horas, sem rumo algum, em certo momento se deparou com o que acreditava ser uma rodovia, de longe conseguira ver uma placa, Manu estava com uma visão meio turva por um motivo da qual ela mesma sequer sabia, então decidiu aproximar-se para visualizar o conteúdo da placa.

"Rodovia 69, distrito de Vinewood, San Andreas."

Em algum momento ela sabia que alguém havia de passar por ali. E para sua não surpresa, realmente passou. Ela pediu carona e a mesma foi concedida. No momento em que entrou, viu em um tipo de visor no caminhão, o que era novo para ela, avistou "2017" escrito ali, abaixo algo parecido com uma nuvem e um "21" ao lado, e se viu obrigada a perguntar:

- Senhor, o que é isso no visor? - Disse ela, com um tom de curiosidade quase mórbida.

- Ué, o ano e a temperatura menina. - Disse o senhor de idade em um tom de indiferença e tédio.

- Certo, obrigada... - Finalizou, porém em sua cabeça ao não fazia sentido, das poucas coisas que sabia sobre si é que deveria estar em 2007... - Que merda é essa? - Sussurrou em uma reflexão não tão profunda.

- O senhor poderia me deixar na cidade mais próxima, por favor? - Ela disse um pouco tensa

- Ok... - O senhor disse ainda com uma indiferença expressiva.

Seguiram por alguns quilômetros em total silêncio até o senhor dizer:

- Chegamos a Sawtside. - Novamente com aquela indiferença.

Sawtside... - Ela pensou dando-se conta que essa era a cidadela da qual se lembrava, e de relance viu a biblioteca, aquela biblioteca.

CONTINUA...