All for us - Bruce Wayne Gotham

07

Dias se passaram depois da festa, e finalmente o dia da eleição está chegando. Oswald me ligou esta manhã, me convidando a ir em sua casa para me fazer uma proposta, que segundo ele, seria uma proposta de agradecimento. Por isso estou estacionando meu carro em frente a sua casa e já vejo seu novo amigo, Edward Nygma, me esperando na entrada.

- Bom dia senhorita Falcone - Disse Nygma com seu típico sorriso cínico no rosto.

- Bom dia senhor Nygma - Digo sendo mais cínica ainda por que sou a princesinha de Gotham e eu posso.

- Oswald está a sua espera no escritório, creio que já saiba onde é - Avisou Nygma me acompanhando até o corredor que dá para o escritório de Oz.

Em frente a porta do escritório, dou duas batidas na porta e quase imediatamente escuto um "entre".

- Senhorita Angelina Falcone, como sempre pontual - Disse Oswald assim que me vê com um sorriso amigável.

- Olá Oz, como está o futuro prefeito? - Digo com um sorriso brincalhão enquanto me sento em uma das duas cadeiras em frente a sua mesa, colocando minha bolsa na outra cadeira.

- Estou mais que bem, e ficarei mais ainda se aceitar minha proposta - Ele sabe como manipular e induzir alguém, mas não a mim, vi Oswald crescer como homem e Pinguim surgir. Eu o conheço de perto.

- E o que seria exatamente esta proposta? - Digo interessada nesta tal proposta.

- Como já sabe, seu pai foi um dos únicos se não o único homem que viu potencial em mim e me ajudou no que fosse preciso - concordo com a cabeça, além de tudo, meu pai é um bom homem - E você como filha dele, também viu esse potencial, e acho que juntos somos mais fortes. Não acha?

- Claro que concordo, mas ainda não estou entendendo onde quer chegar - Digo confusa e ainda mais interessada no que ele tem a me falar.

- Como obviamente vou ganhar as eleições e me tornar o prefeito de Gotham, vou precisar de patrocínio para obras na cidade e tudo mais. Quero que seja minha principal sócia nesta jornada. O que acha?

Fiquei realmente chocada com o que acabei de ouvir, ele realmente quer isso por confiar em mim ou só por interesses?

- Tem certeza disso Oz? - Pergunto ainda meio surpresa.

- É claro, por que não? Como eu disse, é a minha forma de agradecer a você e ao seu pai por tudo o que fizeram por mim, creio que não estaria aqui se não fosse vocês - Disse Oz como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

A proposta em si é boa, até para expandir meus negócios. Mas talvez isso tenha que me meter no submundo, o qual meu pai me pediu pra ficar o mais longe possível.

- Bom, eu adoraria aceitar, mas isso talvez me coloque no submundo e meu pai me pediu pra ficar longe da lá. Posso conversar com meu pai e ver o que ele tem a me dizer?

- É claro que pode, sei que a opinião do seu pai é muito importante pra você. Tem até o dia da eleição, assim está bem pra você? - Disse Oz em um tom calmo que normalmente me assusta.

Ou seja, tenho 4 dias pra pensar.

- Sim, está ótimo. Até o dia da eleição - Digo já me levantando, pegando minha bolsa e me dirigindo para fora do escritório.

Depois de me despedir de Oz, caminho até a entrada, mas quando passei em frente a sala de estar, vejo Nygma me encarando com um olhar um pouco estranho, ele em si já é estranho, mas aquele olhar continha algo que não consegui decifrar.

Definitivamente já está mais que na hora de visitar meu pai, conversar sobre tudo o que vem me atormentando em relação aos negócios, a essa proposta e a minha nova vida.

Logo que chego em casa, vou direito para meu quarto e começo a fazer minhas malas. Peço Victor que me leve até a estação e logo meu trem chega.

Durante a viagem, ligo pra Bruce e digo que estou indo visitar meu pai para resolver alguns problemas e que devo passar o final de semana lá. Durante o resto da viagem, fico pensando em tudo o que está acontecendo, tendo um tempo pra relaxar um pouco.

Quando chego vejo Sofia e um dos mordomos que temos na Fazenda. Nunca tive um bom relacionamento com Sofia, não como eu tinha com Mário que com certeza é meu irmão favorito e ela sabe disso.

- Presumo que veio pedir alguma coisa ao nosso pai - Sofia como sempre me provocando e com aquele sorriso cínico no rosto.

- Não, na verdade vim conversar pessoalmente com ele sobre os negócios que ele deixou pra MIM - enfatizo o "mim" para ela se lembrar que eu sou a dona dos negócios e não ela.

Seu sorriso logo murchou, endireitou sua postura com um semblante sério e disse:

- Bom, ele está na varanda dos fundos tomando seu café da tarde - Disse mais aborrecida do que nunca.

Bingo. Toquei em seu ponto fraco.

Deu um sorrisinho e vou até a varanda dos fundos da Fazenda, encontrando meu querido pai sentado em sua poltrona apreciando a vista dos montes do outro lado.

- Olá papai - Digo com uma voz meio trêmula, tentando conter as lágrimas de saudade.

Meu pai se vira pra mim e abre um sorriso lindo no rosto.

- Olá meu amor - Disse se levantando e me dando um abraço apertado. Que eu sou a filhinha do papai todos já sabem, mas minha relação com meu pai vai muito além de pedir dinheiro para ir fazer compras ou ser fútil e chorar quando não consigo o que quero. Eu não sou assim, não fui criada assim. Eu amo meu pai mas do que tudo no mundo.

- Disse que queria conversar comigo - Disse meu pai se sentando novamente e me sento na outra poltrona a sua frente.

- Sim, lembra do Oswald, o pinguim? - Pergunto mesmo sabendo que ele se lembra.

- Claro que lembro. Mas o que tem ele? - Pergunta meu pai.

- Hoje de manhã ele me propôs um acordo, segundo ele, uma proposta de agradecimento a tudo que fizemos por ele - Digo com calma - Basicamente eu seria uma patrocinadora dele com as obras da prefeitura. Mas pedi tempo para conversar com o senhor para saber sua opinião, se eu aceitar talvez eu tenha que me envolver dentro do submundo e me lembro muito bem que me pediu para ficar longe. Por isso estou aqui, o que acha?

Meu pai pareceu pensar um pouco enquanto me encara, confesso que fiquei com um pouco de medo de qual vai ser sua reação.

- Bom, acho que já tem idade suficiente para se cuidar sozinha, mas entendo que queira minha opinião agora numa situação em que dei uma opinião antes de acontecer. Se você achar que é o certo a se fazer, então faça - Disse meu pai sabiamente - Minha filha, te pedi para ficar longe por que eu estava longe, longe o bastante para não saber exatamente no que você iria se meter. Mas agora vejo que cuida muito bem de tudo e sozinha, então se acha que é o certo a se fazer, aceite.

* * *

Ontem depois da conversa com meu pai, fui para meu quarto aqui na Fazenda pois foi uma viagem um pouco longa e eu estava cansada.

Agora estou descendo as escadas para tomar café e depois acho que vou dar uma volta na praia pra esfriar a cabeça.

No final da escada já vejo minha "querida" irmã brigando com alguém no telefone. Ela me vê, mas a ignoro e sigo meu caminho para a sala de jantar.

Vai ser um longo final de semana...