- Mãe, eu não estou achando a caixa que é para guardar as roupas - falei impaciente, já havia andado a casa inteira e não achei a porcaria das caixas que minha mãe havia escrito "roupas" em cima.
- Talvez porque elas devem ser colocadas em malas, meu amor - sorriu
- Minhas roupas não vão dar em uma mala só - falei como se fosse óbvio
- Eu sei, por isso existem mais malas, deixamos todas as malas para você, eu, seu pai e sua irmã colocamos nossas roupas em caixas - apontou para as caixas já fechadas - Me ajuda aqui - fechou uma caixa e eu passei a fita.
- Temos mesmo que nos mudar? - perguntei, fingindo não saber que tínhamos mesmo que nos mudar e por culpa inteiramente minha.
Digamos que eu não sou um exemplo de garota. Não tenho culpa se gosto de caras que sejam alguns anos mais velhos que eu ou que já estão comprometidos. Já é a quinta cidade em que eu estou morando, vou para a sexta, tudo por culpa inteiramente minha e, claro, dos homens que eu me relacionei, pois quando um não quer, dois não brigam, é assim a expressão, não? Enfim, deixa eu continuar com minha história.
Sou considerada a garota problema, pois em todas as cidades que eu passo, eu acabo fazendo algo que gera problemas não só a mim, mas a meus pais também e, as vezes, aos vizinhos gostosos e professores também. Vocês devem estar pensando que eu sou uma vadia ou algo do tipo, podem continuar achando, me chamem do que quiser, eu não me importo, na verdade, nunca me importei, por que iria me importar agora?
Sou filha adotiva, meus pais biológicos me abandonaram em frente a uma casa, era frio, chovia muito e ventava mais ainda, mas mesmo assim eles me abandonaram lá na frente, sem saber se havia alguém em casa, simplesmente me deixaram lá. Sorte minha que, depois de um tempo, depois de chorar cada vez mais alto, uma mulher saiu de dentro da casa e me viu encharcada e tremendo então me acolheu, me deu um banho quente, me emprestou roupas de sua filha e me alimentou. Eu não conseguia falar, tremia muito, estava com medo e só sabia chorar. Mesmo sem me conhecer, não saber meu nome, não saber nada sobre mim, ela e sua família me acolheram. Eu vivo até hoje com essa família e sou muito grata por eles, não os trocaria por nada.
Você deve estar se perguntando "por que ela é um problema para eles então?", essa é uma pergunta que eu não sei responder, acho que veio do sangue de minha mãe, não sei, é algo mais forte que eu, se eu não crio problema, ele vem até mim, é algo inexplicável.
- Vamos? - meu pai chamou - Temos uma longa viagem até Wolverhampton, é bom nos apressarmos
- Oba - falei, fingindo empolgação
- Vê se da próxima vez não arranja problema, assim não teremos que nos mudar - minha irmã falou, lhe mostrei o dedo do meio. Eu nunca tive uma boa relação com ela, sempre brigamos, ela nunca me aceitou, pensou estar sendo substituída e, de fato, estava sendo. Eu não me importava, adoro ser o centro das atenções.
- Meninas - minha mãe nos olhou feio - para o carro.
[...]
Estávamos duas horas parados num trânsito horrível, eu estava entediada, já havia ouvido todas as minhas musicas do celular, falado com todas as minhas amigas, que não eram muitas, afinal, eu era a garota problema, ninguém queria ser minha amiga, e ainda sim estava entediada.
- Que saco! - bufei
- Calma, estamos chegando - meu pai disse
- Pai, você disse isso há três horas atrás - Charlotte falou
- É pai, tá chato aqui, eu 'tô com fome, sede, dor nas costas e entediada
- Garotas, já estamos chegando, estão vendo aquele posto? - apontou para a torre de um posto que deveria estar a uns quinhentos metros, concordamos - Então, lá é a entrada para a estrada que dá entrada para Wolverhampton, depois dessa entrada, tem mais cinco quilômetros e chegamos.
- Aleluia! - falei
- Mariana, seu remédio - minha mãe me lembrou
- Ah, verdade, obrigada por lembrar, mamãe - procurei meu remédio na minha bolsa - Mãe, você tirou meu remédio da minha bolsa?
- Não - falou, parecendo preocupada - Você esqueceu?
- Não, eu tomei antes de sair daquela casa e coloquei na minha bolsa, junto com meu celular - comecei a procurar dentro do carro - E agora? - olhei no relógio, certo, ainda faltam quarenta minutos para passar o efeito, acho que a gente chega em quarenta minutos numa farmácia - Em quanto tempo chegamos em uma farmácia? - perguntei
- Se continuar tudo como está, em duas horas, meu amor - meu pai disse preocupado
- O QUE? PAI DUAS HORAS É MUITO - gritei, começando a sentir falta de ar. Charlotte riu alto - CHARLOTTE DEVOLVE MEU REMÉDIO!
- Não peguei, garota, se toca - olhou para a janela.
- PAI, ELA PEGOU MEU REMÉDIO!
- Charlotte, devolve o remédio pra ela - minha mãe estava desesperada
- Não vou devolver, ela pode morrer, eu não vou me importar
- Se você cair pra fora do carro e um caminhão passar por cima de você eu também não vou me importar - falei, chorando
- Devolva agora o remédio pra ela - meu pai virou e encarou minha irmã
- AI QUE RAIVA! EU QUERO QUE ELA MORRA, PORRA, EU A ODEIO, ELA É PROBLEMA E VOCÊS SÃO PROBLEMATICOS POR SALVAREM ELA NAQUELE DIA DE CHUVA, DEVERIAM TÊ-LA DEIXADO MORRER! - gritou e jogou o remédio em cima de mim. Peguei logo dois comprimidos e engoli em seco. Coloquei meus fones de ouvido e aumentei no máximo para me isolar de tudo e de todos.
Se você está pensando que vou contar o por quê de eu tomar remédio, você está muito enganado, não conto para ninguém, não quero que tenham pena de mim, quero que me deixem morrer, é o melhor para todos.
[...]
Chegamos em Wolverhampton e não levaram cinco minutos e estávamos em nossa casa, era num condomínio fechado, as casas eram semelhantes em tamanho: enormes. Meus pais eram bem de vida, tinham um emprego bom e dinheiro, que proporcionava que morássemos em lugares lindos e grandes. Charlotte saiu correndo do carro quando pode, eu fiquei sentada, ainda tentando me recuperar de minha crise, minha mãe ficou no carro, me esperando sair, quando paramos em frente a porta da casa, ela me segurou e me olhou nos olhos.
- Mariana, me escute - segurou meu rosto - Minha filha, eu te amo muito, seu pai também, você sabe disso - sorriu - Vou te pedir por favor, tente não arranjar mais problemas, isso nos machuca numa proporção que você não faz ideia. Por favor, não faça nada que você acha que vai nos prejudicar, eu estou te implorando - seus olhos encheram de lágrimas - Esta é a ultima vez que nos mudamos, se algo acontecer, nós vamos ser obrigados a te abandonar, como seus antigos pais fizeram - chorou copiosamente - E eu não quero que isso aconteça, por favor, tente ser alguém melhor, por mim, eu te amo muito, te amei desde o primeiro dia, esses seus olhos brilhantes, esse sorriso bobinho... eu te amo minha filha, não quero ter que te deixar, por favor, prometa ser alguém melhor.
- Eu prometo mãe - falei, com lágrimas nos olhos, eu não queria ser abandonada novamente, se você nunca foi abandonado, não queira saber como é a experiência de ser, pois é horrível, é mil vezes pior do que a dor que eu sinto se não tomo meu remédio - Eu vou fazer de tudo para ser alguém melhor, não quero perder você e o papai.
- Você não sabe o quão bom é ouvir isso - sorriu e eu também - Vamos subir? Quero te mostrar seu quarto - falou animada, secando as lágrimas
- Claro - sorri e fui abraçada com ela até a porta do meu quarto.
Quando minha mãe saiu do meu quarto, estava decidida que ia ser alguém melhor, ia ser o que eles sempre quiseram, até que eu olhei para a janela da casa ao lado...
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OLÁÁÁÁÁÁ OLHA A FIC NOVA AÊ POVO!
Espero do fundo do meu coração que vocês curtam, eu to escrevendo essa história em homenagem a minha maninha linda, minha filhota, minha diva, minha rainha, minha fofa, minha tudo, Mariana, minha princesa e do Liam também, espero que gostem!
A fic é com o Liam meu povinho <3
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Trouble Girl
Teen FictionMariana Knight, considerada a garota problema pelas cinco cidades em que ela morou, é filha adotiva e está de mudança - mais uma vez - por culpa de seus problemas. Famosa por acabar com a paz e a sanidade de qualquer homem, ela vai parar em uma cida...