1- Inverno.

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Inverno.
Pov: Jim Hargreaves.

Andy Murray, meu melhor amigo, desde criança. Eu já suportei muita coisa na minha vida, o divórcio dos meus pais, o bullying, a namorada do Andy, tudo, até a surra que o meu pai me deu quando eu reuni toda a coragem do mundo pra contar que sou gay, essa história acabou bem já que eu fui morar com a minha mãe e ela me aceitou do jeito que eu sou, até hoje eu me lembro das suas palavras.
"Jim, como eu deixaria de amar a criança que saiu do meu útero só por causa da orientação sexual dela? Você é o meu filho e pra sempre vai ser o meu filho, só não me traga nenhum trombadinha pra casa". Vamos falar do Andy, quando eu conheci ele, eu não sabia que era gay, ele parecia ter vindo direto do céu ele brilhava, seu sorriso é perfeito brilhantes como diamantes, seus olhos azuis pareciam dois oceanos, ele é perfeito. O único menino que queria ser meu amigo naquele lugar era ele, os outros não queriam chegar nem perto de mim, ele estendeu a mão e disse "Oi, meu nome é Andy, qual é o seu?" Depois daquelas palavras eu me apaixonei por ele completamente, depois disso viramos melhores amigos, e eu fui crescendo me descobrindo e essa paixão nunca me deixou, na verdade nem era mais paixão era amor, puro e simples amor.

O problema é que ele arranjou uma namorada, o nome dela é Sissy e ela é incrivelmente irritante, ou é só o meu ciúme ou ela seja realmente chata, a única coisa que eu não contei foi que eu me assumi gay pro Andy, ele ficou absurdamente feliz e eu comecei a criar esperanças de que talvez eu seja correspondido, eu até pensei em me declarar mais não cara a cara, eu escrevi uma carta e iria enviar só que a Sissy brotou de um buraco da qual ela nunca deveria ter saído.
Eu e Andy moramos juntos e o idiota a chamou pra morar com a gente, vocês não fazem ideia do quanto eu detesto isso, ela come a nossa comida, ela assiste a nossa televisão e o pior de tudo, ela dorme na mesma cama que ele, ela beija ele, ela abraça ele, e eu tento passar o maior tempo possível longe dos dois, e a minha chance apareceu. Minha mãe foi viajar com o meu padrasto por 5 semanas e ela me deu as chaves reservas da casa, eu estou arrumando uma mala com algumas roupas pra ir pra lá hoje mesmo, amanhã vai ser o aniversário de namoro deles e eu não quero estar aqui, enquanto eu arrumo as minhas malas ele apareceu.

— Jim.

— Oi Andy.

Disse sem olhar pra ele.

— Eu tenho que te dar uma notícia importante, pelo menos antes de você ir, eu ainda não sei porque você vai pra casa da sua mãe.

— Eu já disse o porque Andy, agora fala qual é a notícia importante.

— Eu pedi a Sissy em casamento, e ela aceitou, nós vamos nos casar na primavera.

Foi como levar uma facada, parecia que a faca havia cravado no meu peito furando profundamente o meu coração, segurei as lágrimas e forcei o maior sorriso do mundo, mas quando eu olhei pra ele depois de fechar minha mala vi que ele não parecia feliz como um noivo deveria estar, ele estava feliz mas.... Não tanto.

— Você não está feliz?

Perguntei.

— Estou, claro que estou.

Parecia mentira, mais nem tudo é o que parece.

— Parabéns pelo noivado.

— Não vai nem dar um abraço no seu melhor amigo?

Eu o abracei rápido mas quando eu ia soltar ele me puxou pra me abraçar de verdade, ele passou a mão grande pelo meu cabelo e me abraçou mais forte eu retribui o abraço tão forte quanto ele, ficamos abraçados por mas ou menos 10 minutos até eu me soltar e ir procurar a carta que eu tinha escrito pra ele, quando eu a achei dei a ele e disse.

— Quero que só abra essa carta quando eu já estiver longe.

— Eu acho que eu não vou ter coragem de abrir essa carta.

— Você vai ter. Tchau Andy.

Peguei minha mala e saí.

Inverno.
Pov: Andy Murray.

Eu fiquei mais de uma hora parado com aquela carta na mão, o que será que estava escrito nela? Porque ele só me deu agora, essa carta parece ser antiga.

— Andy?

— Oi Sissy.

Ela entrou no quarto e se sentou ao meu lado na cama.

— Porque você está aqui e não lá na sala comigo? Jim ja foi embora a três horas.

— Eu sei é só que....deixa pra lá, vai primeiro eu ja vou descer.

Ela deixou o quarto e eu guardei a carta. Nos próximos dias eu fiquei procrastinando pra abrir aquela maldita carta, eu queria abrir mas estava com medo de saber o que tinha nela, até que a minha chance de abrir só veio uma semana depois. Sissy me encontrou no trabalho pra me contar que estava indo visitar os pais em Washington, então eu ficaria completamente sozinho em casa por 1 semana. Assim que cheguei do trabalbo eu corri pro meu quarto peguei aquela carta a abri e comecei a ler.

"Querido Andy.

Eu não conseguiria dizer isso na sua cara então eu escrevi uma carta pra você.

Andy, eu amo você, amo muito, eu te amo desde a primeira vez que eu vi você, desde a primeira vez que eu conversei com você, desde a primeira vez que vi você rir, desde a primeira vez que você contou aquela piada horrível mais mesmo assim eu ri.
Andy eu gosto tanto de você que me sinto doente, meu corpo está queimando por sua causa, meu rosto arde por sua causa, eu até fico com febre. Eu tinha que declarar meus sentimentos antes de morrer mais eu nunca conseguiria dizer tudo isso frente a frente com você. Eu amo você pra sempre, mesmo que eu namore, mesmo que eu case, o meu amor vai sempre ser seu.

Do seu melhor amigo Jim"

Comecei a chorar e minhas lágrimas acabaram manchando o papel, naquele momento eu comecei a pensar, eu pensei em todos os meus anos de amizade com o Jim, e quando eu estava com ele, meu coração acelerava, quando ele ria meu rosto corava, quando eu pensava nele sem parar e sonhava com ele, isso era.....paixão, e por todo esse tempo....eu finalmente me dei conta de que.... Eu amo o Jim! Eu estou completamente apaixonado por ele! Eu tenho que falar com ele, agora.

Desci as escadas correndo e disquei seu número no telefone.

Inverno.
Pov: Jim Hargreaves.

Já tinha uma semana depois daquela notícia horrível eu precisava muito de um café um café bem forte, quando eu terminei de passar o café recebi uma ligação e fui atender o telefone.

— Alô?

— Jim! Ainda bem que você atendeu! Eu tenho que te dizer uma coisa!

— O que?

— Jim eu.....eu.....eu te amo.

Fiquei em silêncio por um momento, como assim ele me ama? Ele leu a minha carta e concluiu isso? Ele gosta de mim assim do nada, isso deve ser uma piada.

— Andy eu não tô pra brincadeira agora.

— Jim por favor...acredita em mim, eu tô falando a verdade pra você eu estou sendo sincero.

— Então porque você do nada, assim derrepente decidiu que me.....me...me ama.

— Quando eu li a sua carta eu percebi que tudo que eu sentia nesses anos não era admiração não era um simples amor de um amigo pro outro era amor romântico, meu coração acelera quando eu te vejo, e até hoje eu coro quando eu vejo você rir, e eu...eu já até sonhei com você, várias vezes. Jim eu te amo, e eu tô falando sério.

Eu não consegui dizer mas nada, eu tirei o telefone da orelha e desliguei, eu estava completamente perplexo, surpreso, o cara que eu amo, me ama. Me sentei no sofá e tomei meu café devagar, eu ainda não conseguia acreditar, até que eu ouvi a campainha tocar, eu abri a porta e o vi parado lá fora, ele estava com os braços abertos e um sorriso no rosto, eu corri em sua direção e lhe dei um abraço apertado, e nos beijamos.

Quem dera isso tivesse acontecido.

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