Capitulo I: Reabilitação.

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As paredes em cores esbranquiçadas cercavam o local, vozes abafadas o rodeavam, tudo se parecia tão diferente a aquele pobre garoto de cabelos ruivos. Ele se encontrava sentado na cama com lençóis acinzentados e o ferro da cama pouco enferrujado, seu corpo recuava sobre seus joelhos enquanto os abraçava, apesar da sala branca, podia ver cores naquele lugar, podia ver coisas dos mais diversificados modos. Olhando o quarto sem janelas, ou porta avista, onde apenas uma saída de ar no alto podia encontrar, nao tinha luz natural naquele lugar, então pensamentos de como o local era iluminado vinham a sua mente. Seus olhos passeavam pela sala, as vozes abafadas sendo pouco mais altas, ele fecha os olhos fortemente ao ouvir passos fracos. Uma porta escondida em um dos cantos se abre, um homem, pouco maior que ele chega com uma bandeja, seus olhos o olham de cima a baixo, ele não era relevante nem chamava sua atenção, mas o fato de simplesmente estar ali o causou pensamentos diferentes, ele se senta na cama sobre seus joelhos o olhando com curiosidade. Na bandeja se via inúmeros remédios, e um copo de água, sem alguma comida salgada ou doce.

- Hora dos seus remédios. - o homem de pé exclama autoritário.

O ruivo solta uma leve risada, que ecoa levemente, ele o olha com um pequeno sorriso.

- Ora, não quero os tomar hoje, está divertido sem eles! - o ruivo diz sem saber direito oque dizia.

- Pff... sabe que está sem o efeito de coisas que podem te deixar maravilhado não é? - novamente o homem diz, tentando o convencer de tomar seja lá oque aquilo fosse.

O ruivo o olha. Pensa um pouco, e estende a mão a receber os remédios.

- Me dá! Eu quero! - fala de modo pouco infantil, como uma criança pedindo um brinquedo.

O homem sorri sem expressão, o dando os remédios na palma de suas mãos, ele coloca os remédios na boca e bebe a água para os ajudar a descer, os comprimidos descendo rasgando levemente sua garganta com a pouca água a muitos remédios que o foram dadas, logo ele pisca forte, e o homem não está mais lá, ele olha ao arredor, vendo que continuava no mesmo local. As vozes abafadas continuavam, a iluminação que não tinha fonte também, mas seus sentidos ficaram mais aflurados, sentia tudo em contato com sua pele, sentia os sons machucaram seus ouvidos sensíveis, sentia o gosto molhado da água em seus lábios, sentia o frio do ar misterioso vindo a sua pele o fazendo arrepiar. Todo seu corpo estava mais sensível a tudo, qualquer sensação o deixaria mais sensível, seus olhos procuram a mistériosa porta mas não via ela, nunca a viu, um bocejo longo o toma, e seus olhos decidem se fechar por alguns segundos, péssima decisão, um brilho consome a visão escura de suas pálpebras, o deixando assustado, batendo a cabeça na parede atrás de si. Ele não gostava de nada em excesso, tudo em seu ritmo era perfeito, mas oque teria sido esses brilhos sem explicação o era curioso.

Seus olhos ardiam levemente, mas nenhuma lágrima o era derramada, a voz calma não saia, oque estava acontecendo o era angustiante. Seus pés tocam o chão, o chão de carpete acinzentado incomodava sua pele, um contato terrível era aquele, ele se levanta, e anda com a postura reta a uma escrivaninha de ferro com papéis e giz de cera encima, a frente da escrivaninha um banco acolchoado branco, ele se senta, e começa a desenhar sem pensar muito, seus desenhos não eram nada a entender, eram só algo que ele poderia ler, estava meio aéreo, o pobre menino mal sabia quem era, não sabia seu nome, origem, ou aparência, apenas sabia de seus cabelos ruivos. Enquanto pensamentos sem sentidos o percorriam a mente ele termina o desenho, uma criança, mas ao seu lado uma imagem que alguns julgariam ser ser um demônio, outros uma entidade. Seus olhos deslizam pelo papel, e mais uma vez ele fecha suavemente os olhos, sente tudo ao seu redor se distorcer, seu corpo cai sobre o carpete. Ao abrir os olhos, estava no carpete, mas se escrivaninha, cama ou desenhos, só ele, a sala branca e a saída de ar.

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⏰ Última atualização: Oct 11, 2022 ⏰

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Angústia A Saída - Ash BlidersOnde histórias criam vida. Descubra agora