Capítulo vinte e um

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2 de maio de 1998:

Era hoje, hoje era o grande dia. Meu coração pulava no meu peito e doía em todo o meu ser.
Eu me olhava no espelho e tentava encontrar a segurança que eu sempre tive dentro de mim.

Eu não iria para o campo de batalha, mas o meu marido iria, ele comandaria milhares de pessoas e eu... Eu fui ordenada a ficar em casa. Odiava ser mandada, odiava ser tão falha em coisas necessárias. Eu precisava ir, eu precisava...

Saio de frente do espelho com lágrimas nos olhos e vou até à sacada. Olho para o céu nublado e começo a cantar a música dos Dementadores. Eles ainda tinham o contrato comigo e viriam, de onde eles estivessem.

_ Humana, cheiro de tempo, lembro de você. - Chegou um Dementador bem perto do meu rosto e o frio que ele emitia congelava a minha alma. _ O que queres, viajante do tempo?

_ Quero que vocês lutem ao lado do meu marido, que vocês o ajudem em que puder. - Digo calma.

_ Eu recebi muitas almas saborosas por conta do nosso contrato. Eu irei com os meus filhos até lá, mas eu pegarei qualquer alma que eu quiser.

_ Se não for do meu marido, eu não me importo. - Eles saíram e foram para Hogwarts.

E eu fiquei novamente no quarto da mansão Malfoy. Tentando entender o porquê de eu estar obedecendo uma ordem tão idiota.

Saio do quarto e desço a escada principal, Dobby correu até mim, tentando me deter e eu aparato daquele lugar.

Olho para o beco imundo que eu estava e vejo o caos acontecer. Chamas descontroladas atingiam casas e pessoas. Tochas humanas corriam pedindo socorro e as pessoas capazes de ajudar os olhavam com pena e nojo.

Ninguém iria ajudar, estávamos em guerra e era cada um por si. A marca de Voldemort abrangia o céu todo e todos os Comensais de elite estavam com ele.

Dementadores desciam até o caos para engolir as almas dos pecadores da luz. Continuo naquele beco, olhando para as atrocidades que alguns Comensais normais faziam.

Alguns eram tão nojentos que não dava para descrever, mas estávamos em guerra, eles diziam. Um desses Comensais me avistou e veio até mim com um sorriso horrível, dou alguns passos para atrás e pego a minha varinha na minha manga, aponto para ele e ele continua com o sorriso e eu paro de temer.

Eu não era a donzela em perigo e sim, ele. Sorrio para ele e ele para suas ações, e elas foram vistas por mim em câmera lenta. E sua alma foi comida por um Dementador.

_ Você veio, eu percebo que você não é tão inútil assim.- Falou um Dementador e ele desapareceu de minha vista.

Caminhei saindo do beco e vou em direção do castelo, o castelo que eu construí com os meus amigos. Um vento frio fazia todo o meu rosto se arrepiar, meus cabelos voavam contra o meu rosto e aquilo me impedia de ver o que estava em minha frente.

Faço um coque no meu cabelo e o cheiro de sangue começou a impregnar no meu nariz e a fumaça me sufocava de vez em quando.

Eu estava perto do penhasco onde tudo começou. Ali não tinha fundadores construindo uma ponte e sorrindo com os seus feitos e sim, várias poças de sangue, corpos por todos os lados e feitiços sendo ditos por palavras de ódio e pavor.

Eu andava pelo sangue fresco que residia agora no chão, minhas vestes estavam carregando sangue de todos os tipos. Eu não sentia medo ou muito menos ódio por ver aquela cena, mas sim, compaixão, eles lutaram por algo que eles acreditavam e não era errado, mas também não era o certo.

A Garota de Tom Riddle (Versão DOIS)Onde histórias criam vida. Descubra agora