if i could do it over

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N/A: Oi guys, um pouquinho de sofrimento a mais não faz mal a ninguém, né? Prometo que existe um momento fofo em meio a dor (ou algo assim). Ainda não revisei, então peço que qualquer erro relevem que mais tarde estarei arrumando. No demais, preparem os lencinhos e façam uma boa leitura.

Um fato sobre a dor: ela era poderosa o suficiente para mudar completamente uma pessoa.

Olhos azuis marejados encaravam o túmulo que ganhava um novo lírio branco. O cenário em que estava era familiar, afinal, já estava há dez dias em um rotina praticamente ensaiada de retornar a aquele lugar sempre ao nascer do sol. Dez dias desde o fático dia, dez dias desde que confrontaram Sebastian, dez dias desde a morte de Beatrix. A herdeira de Solaria estava desde então vivendo com um aperto em seu peito, como se uma mão invisível o estivesse pressionando violentamente, sem piedade. Era cruel, sádico e Stella odiava cada segundo daquilo. A loira se perguntava constantemente "por quê?". Beatrix deveria sobreviver, a fada do ar estava disposta a fazer tudo que fosse necessário para sair viva de qualquer situação e ela precisava sobreviver, ela estava no caminho para isso. Então, por quê? Stella se perguntava o que havia feito a fada ruiva voltar. Ela já havia recuperado seus poderes e tinha informações preciosas sobre o seu passado, basicamente já estava com tudo que precisava para deixar Alfea para trás. Mas, ao contrário do esperado, Beatrix voltou. E aquela decisão custou a sua própria vida.

– Por que? – a loira perguntou em um fio de voz, encarando a lápide com o nome da fada ruiva cravado ali. – Você tinha que encontrar as suas irmãs. Você tinha que sobreviver, Bea... – a voz de Stella falhou e um soluço escapou por seus lábios antes que tivesse tempo de cobrir a boca com a mão.

E ali, ajoelhada em frente ao túmulo de Beatrix, a fada da luz chorou mais uma vez toda a dor que estava apertando o seu peito e lhe sufocando gradativamente. Apesar dos dias estarem seguindo o seu fluxo sem interrupções e o relógio não ter paralisado, Stella ainda sentia-se presa a aquele momento como se estivesse em um loop eterno. Era tão vívido, estava tão entranhado sob a sua pele que mesmo sem fechar os olhos e estando perfeitamente acordada, conseguia visualizar a poça carmesim ao redor da cabeça da fada ruiva inerte no chão.

Tudo estava um verdadeiro caos. Bloom enfrentava Sebastian, seus olhos estavam ardentes e combinavam com suas asas forjadas do fogo. O bruxo estava no meio de seu discurso e insinuava que a portadora da chama do dragão estava sozinha ali, apenas para ser surpreendido pelas três fadas que completavam um círculo ao seu redor. A fada do fogo estava concentrando toda sua raiva no homem no centro do círculo e ainda que Aisha tentasse lhe chamar a atenção, Bloom estava empenhada em fazê-lo sentir toda a sua fúria. O momento era interrompido por uma respiração pesada de Sky, que só nesse instante era notado por Stella. O garoto estava caído no chão, sendo amparado por Grey que dizia algo sobre sua magia de bruxo estar fazendo o coração do especialista voltar a bater. Seja lá o que estivesse acontecendo, era o suficiente para interromper a transformação de Bloom. Quando tinha certeza de que o namorado estava vivo, voltava para o centro do pátio, mas desta vez era surpreendida ao não conseguir invocar os poderes como anteriormente havia feito. Stella tinha um olhar de preocupação em seu rosto que era alternado com as outras fadas e se preparava mentalmente para um possível ataque combinado enquanto Sebastian prosseguia com mais um de seus discursos típicos de vilão. O que a fada da luz não esperava, no entanto, era ser surpreendida com aquelas palavras que lhe iriam assombrar durante os dias seguintes.

Sendo assim, a única coisa que mudou foi que Beatrix se sacrificou por nada. Péssimo pra ela.

– Ela se sacrificou? – a loira questionou pouco mais alto que um sussurro, descrença e confusão acompanhavam suas palavras.

Os olhos azuis vasculharam o ambiente em que estavam em busca de uma confirmação de que aquelas palavras eram reais, um sentimento de pânico crescia em seu estômago e um suspiro estrangulado morreu em sua garganta quando seu olhar deparou-se com o corpo da fada ruiva caído inerte no chão. Stella abandonou a formação em que estava para se aproximar do corpo da fada do ar, seu coração estava acelerado e suas pernas pareciam se mover por vontade própria enquanto seu cérebro tentava lhe dizer que aquilo não era real, que Beatrix não estava morta. Ela não poderia estar, ela era uma sobrevivente. O sangue que pintava os cabelos ruivos de uma cor ainda mais vívida, no entanto, fizera com que seu próprio sangue esquentasse.

What Hurts The MostOnde histórias criam vida. Descubra agora