𝖳𝗁𝖾 𝗅𝖾𝗍𝗍𝖾𝗋 | 𝗰𝗮𝗽𝗶𝘁𝘂𝗹𝗼 𝘂𝗻𝗶𝗰𝗼.

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On-jo ainda mais exasperada depois de ter que aguentar tudo aquilo, foi até onde sempre ia escondida de todos.

O trajeto era o mesmo, tudo era igual, ela ainda esperava que tudo fosse apenas um pesadelo coletivo, mas parecia real demais.

A alguns dias fazia o mesmo percurso escondida. Mas dessa vez sentia que algo estava absurdamente estranho.

— On-jo, onde está indo? O toque de recolher foi a alguns minutos. — Suhyeok apareceu parando atrás dela. Era isso que ela temia hoje, principalmente hoje.

— Tá, certo. Eu te conto, mas por favor não conte a mais ninguém. Eu imploro, não quero meter mais ninguém nisso. — pediu desesperada. Ele apenas assentiu para que ela continuasse. — Sempre vou a uma montanha perto daqui e deposito comidas em uma árvore que tem todos eles, é uma forma de mostrar respeito a hm...— engoliu em seco prevendo o nó se formando em sua garganta. — a aqueles que nos deixaram...

— Não precise mais se explicar, eu já entendi. — ele suspirou fundo antes de continuar. — Posso ir com você dessa vez? — ao olhar em seus olhos, On-jo percebeu que transmitiam dor, não muito diferente dos seus.

— Claro. — e assim, os dois seguiram o caminho indicado por ela.

Andavam apressados, não por estarem realmente com pressa, mas por quererem livremente ir lá.

Era difícil tudo aquilo mesmo depois da epidemia, eles continuavam trancados vinte e quatro horas por dia, com toques de recolher e etc, em quarentena.

Eles só precisavam de ar puro e não um ar monótono, cheio de policiais e agentes do governo.

— É aqui. — On-jo avisou-o antes de descarregar sua mochila com as comidas. Ele fez o mesmo.

Era impossível dizer em palavras o quanto eles sentiam falta da vida de antes, falta das pessoas perdidas na epidemia.

Tiveram até sorte de não ter sido pandemia, se não com certeza teria muito mais prejuízo.

Só de imaginar mais pessoas morrendo, sentia seu corpo estremecer.

Cada papel com nome daqueles que morreram tinha uma mensagem da garota.

Alguns como: "I-sak, sinto sua falta", "Nam-ra volte" ou até "Cheong-san, eu te amo".

Ela tinha um vazio em seu peito por ter perdido tantos amigos e aquele por qual ela estava perdidamente apaixonada, mesmo depois de ver ele se entregando para a morte.

— Vamos voltar, já está ficando tarde. — Suhyeok tentou parecer firme, mas também não queria sair de lá. Ele a puxou e foram saindo. Pararam bruscamente quando ouviram um barulho.

— Escutou isso? — o garoto assentiu. — Fique aqui, eu já volto. — disse. Suhyeok obviamente não deixaria ela ir sozinha, então foi atrás.

— O que está fazendo, On-jo? — perguntou assim que viu ela remexendo algumas folhas ali por perto.

— Eu tenho certeza de que escutei vindo daqui! — aumentou o tom de voz. Suhyeok tinha certeza de que ela não estava agindo assim por mal, mas ela poderia ser um pouco mais empática. Em sua opinião. — Olhe aqui, eu não estava mentindo! — ao se aproximar da garota, viu um papel em suas mãos. Arqueou as sobrancelhas.

— Deixe isso aí, não é seu. — On-jo pareceu analisar o pequeno pedaço de pergaminho e notou algo escrito.

— Por incrível que pareça, isso aqui é para mim, sim. — deu uma pausa. — Quer dizer, para todos nós. Esta escrito aqui, olhe. — pegou o papel e rapidamente leu.

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