5

200 32 9
                                    

A guerra do tráfico nada mais é do que a ambição por mais poder

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A guerra do tráfico nada mais é do que a ambição por mais poder. Quanto mais poderoso nesse universo, maior a chance de ser intocável tanto pelos homens, quanto pelos seus inimigos e adversários. Tenho certeza de que foi isso o que tentaram fazer com o meu pai. Eles pensavam que o filho do Lorde jamais conseguiria levar a administração da boca a diante. Sabe como é, jovem demais, nunca assumiu uma função na equipe, nunca enfrentou um traficante cara a cara e ainda fazendo faculdade. O que eles não sabiam é que tudo era uma estratégia do Lorde do tráfico. Por trás das cortinas ele me treinava, mostrava o caminho certo para seguir. Os gestos, os olhares, um simples tremular nas mãos, tudo são sinais para me deixar confiante ou em alerta. Meu pai me ensinou tudo sobre os malotes, até mesmo a identificar quando temos uma mercadoria pura e de boa qualidade ou quando ela está batizada, se é que vocês me entendem. Enfim, por que estou falando sobre isso? Porque exatamente agora eu tenho na minha frente a pessoa que fez toda a negociação entre Lorde Léo e o seu suposto assassino. E acredite, ele não passa de um garoto franzino e assustado agora. Minhas mãos coçam de vontade de tocá-lo, anseio por sua tortura e confesso que gostaria de ouvi-lo gritar e implorar por sua vida.

— Eu quero nomes, porra! — Yang, o meu braço direito na corporação berra ao pé do ouvido do rapaz. Não se deixe enganar por esse nome. Yang Shy não é oriental, mas ele parece um samurai devido ao seu olho levemente puxado e o corte no cabelo. Portanto, nada de espadas, ele usa o punho de ferro literalmente para arrancar as informações que queremos, ou uma arma para arrancar-lhe a vida como um sopro. — Eu não vou repetir, moleque, ou me dá um nome, ou eu te farei falar a força!

— Eu já disse, Brow! Eu não sei do que você está falando, caralho! — Devo dizer que esse garoto tem culhões para mentir na cara dura. Ou seria falta de amor a própria vida? Não importa, ele vai morrer de qualquer jeito. De acordo com os olheiros e as especulações feitas nas redondezas, o Sargento – no caso, esse pivete aí, procurou o meu pai para marcar um encontro com um provável comprador de armas e foi esse infeliz quem trouxe o dia, local e hora da entrega também. Não entendo como um homem tão cauteloso como o Lorde Léo caiu nessa. Na minha cabeça só entra uma coisa... era alguém conhecido, mas quem? — AAAAAAAAH!! — Um grito cheio de dor se espalha pelo calabouço – nome que demos a sala subterrânea onde fazemos as torturas e observo com prazer o sangue escorrer pelos dedos da mão do traidor. E falando em tortura, Yang é muito bom nisso. Ele sempre começa pelas unhas das mãos, depois é a vez da navalha que faz alguns cortes e o indivíduo sangra até perder as forças. E se ele tiver argolas ou piercings tenho até pena do que pode acontecer com essas partes do corpo. — NÃO, PARA! PARA, POR FAVOR! EU JURO CARA, EU NÃO SEI DE NADA! — Ele volta a gritar quando o alicate se aproxima demais de mais um dedo seu.

— Estou indo pra casa. Faça-o falar não importa o que precise fazer para arrancar essas informações — ordeno e antes de sair dou mais uma olhada no rapazote. — Boa sorte pra você, garoto! Eu se fosse você abria logo o bico, antes que não sobre mais nada pra contar história. Se é que você me entende. — Pisco um olho e me afasto, saindo logo em seguida.

Nascidos da Máfia.Onde histórias criam vida. Descubra agora