Guilhermina, uma típica jovem de classe alta, no auge da sua beleza, acorda numa noite chuvosa, sem as suas lembranças, sem sequer saber algo sobre si mesma, e com um lindo homem loiro que se diz seu marido. Sendo guiada pela intuição, ela decide co...
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Capítulo 11 - Parte 3
Após ter caído nos braços de Jason, num momento de vulnerabilidade, eu deixei que ele me levasse até o seu carro. Ficamos alguns minutos dentro do veículo, ambos em silêncio, talvez para dar ouvido aos pensamentos, que naquele momento estavam uma confusão, até que Jason me perguntou o que deveria fazer.
Eu também não sabia. Estava bagunçada demais para tentar pensar em qualquer coisa, mas eu queria esclarecer tudo, queria a verdade pronta e clara na minha mesa. Por isso, talvez eu tenha dado a pior sugestão da minha vida, que Jason rapidamente acatou.
Ele me levou de volta para casa. O caminho também foi feito em silêncio. Eu sentia que havia muito a ser dito por ele, porém ele estava respeitando o meu espaço e tempo.
Quando chegamos em casa, eu tomei banho, coloquei uma roupa confortável, me enrolei num cobertor e fui correndo até o meu estúdio. No canto direito da sala há um sofá de couro preto, por isso me deitei, tentando descansar a mente. Eu pensava que dormir naquela situação seria algo impossível, porém quando eu menos me dei conta, os meus pensamentos já estavam distantes, e sonhos mais quentinhos estavam alegrando o meu coração.
Quando eu acordei, um pouco zonza, porém recuperada, eu me deparei com Jason na sala, sentado no sofá, na mesma posição deprimente que o encontrei pela primeira vez, quando havia acabado de acordar do coma.
Uma pequena mala estava pronta no sofá, assim como uma mochila, que deveria ser a de Jason. Quando ele reparou em mim, apenas disse que estava tudo pronto. Eu assenti e fui me arrumar sem me preocupar muito com o que ele organizou na minha mala.
Fui até o meu quarto e coloquei uma calça preta. Como o clima estava frio lá fora, eu coloquei uma linda camisa de lã branca, com mangas longas e gola alta, daquelas que vai até o pescoço, e uma blusinha mais simples de xadrez sobre a camisa. Não coloquei minha tiara ou usei alguma das minhas lindas botas, pois não combinava com o vazio dentro de mim naquele momento.
Na verdade... só vou voltar a usá-las, quando eu conseguir sorrir como antes de novo.
Peguei uma bolsa, respirando fundo numa forma de me preparar para o que eu iria enfrentar, e entrei no carro com Jason. Ele avisou que ligou, que avisou que estávamos chegando, e que eu queria muito conversar. Jason também fez questão de frisar que eu deveria ser tratada bem. E com isso, seguimos viagem para uma cidade vizinha.
E é aqui onde eu estou... olhando ao redor do apartamento da mulher que me fez entrar em colapso de ódio, que me fez chorar diversas vezes e que aflorou uma insegurança dentro de mim que eu nem sabia que existia. Ela mesma... a mulher que Jason levou para a nossa como a sua amante, para infernizar a minha vida.
