- capítulo único;

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Morgan não era uma garotinha rodeada de amigos. Seus pais a educavam em casa, com medo de que algo acontecesse com sua princesinha fora de seus olhares de pais corujas. Além disso, moravam longe da cidade, com receio de intervenções da mídia e malfeitores por serem Stark.

Sendo assim, a pequena Stark não tinha com quem brincar a não ser primos de segundo grau distantes da família por parte da sua mãe que de vez em quando os visitava.

No entanto, para seu aniversário de três anos, queria muito fazer uma festinha, em casa mesmo, na sua cabana secreta no extenso jardim da cabana Stark. E toda festinha precisa de convidados especiais, até mesmo contando com uma cabra de estimação.

Só que o convidado especial em questão, que Morgan tanto queria convidar para sua festinha de Princesa Sofia, era Peter Parker, e o garoto havia virado cinzas há quatro anos.

Ao menos, como toda criança inocente, Morgan fazia a sua mágica para ter Peter consigo, mesmo que de mentirinha.

Pepper, que passava pelo corredor da casa, ouviu a voz da filha falando com alguém e ficou curiosa para ver com quem ela poderia estar conversando. Talvez fosse com algum de seus bichinhos de pelúcia, o Sr. Molenga, bem como Morgan apelidou seu amigo imaginário, ou até com Gerald.

Se surpreendeu quando se apoiou no batente da porta e a viu falando no telefone com fio — o que ganhou no Dia das Crianças no ano anterior, da Barbie.

Ficou quieta, apenas a observando e se encantando com sua pequena.

— Plometo! Nah, papai ganha toda vez, é a sua vez de pegá o bolo antes de todooo mundo, Petey!

Pepper abriu um sorriso pequeno, um tanto triste sabendo com quem sua filha achava que estava conversando, e aproveitou para puxar a manga da blusa do marido, que passava pelo corredor sem se dar conta da cena fofa, para fazê-lo juntar-se a ela para assistir a filha deles.

— Nhãoooo, você é especial! Nem pesente sem pagá. Você é o pesente, só você vim que eu fico feliz!

— Será que ela sabe que não tem ninguém na linha a respondendo? — Sussurrou Tony, com a sobrancelha erguida.

— Ora, Tony. O que isso importa? Ela está se divertindo e parece mesmo que ela ouve.

— A imaginação dela é incrível.

— É — concordou, baixinho. — Especialmente imaginando com quem ela está falando.

— O que quer dizer?

— Observe.

— Papai vai amá se você vim, Petey! Ele sente muito sua falta e eu quelo muitãoooo te conhechê! Vêm 'pla minha festinha, tá bom? Vai sê a melhô de todasss! — Morgan esticou o braço livre 'pra cima, um gesto expressando o quão "grande" seria sua festinha. — Plomete de dedinho? Tudo bem, hein! Se você não vié, falo 'plo papai te puxá 'pla cá! — Morgan riu. — Beijo, beijo, Petey! — Pôs a mão na boca e fez o estalo de um beijo, mandando com a mão e jogando no ar, como se Peter pudesse ouvir e ver. — Até domingo! — E desligou. — Papai? Mamãe? Estavam aí o tempo todinho? — Ela arregalou os olhos e suas bochechas gordinhas coraram.

— Todinho, querida — disse Pepper, rindo suave, com o coração apertado no peito. — E você foi uma fofa convidando o Peter para sua festinha...

— Petey disse que vem! — Disse com tanto entusiasmo que feriu os pais, já que sabiam que isso jamais seria possível. — Ele plometeu, papai!

Tony suspirou e trocando um olhar rápido com sua esposa, ele foi até Morgan e a pegou no colo.

— Oh, é mesmo? Isso é bom, muito bom. E...— Tony engoliu a seco. — E quem mais você convidou 'pra sua festa de princesa? — Questionou, tentando mudar o rumo da conversa.

— Bom, tem o...Haley, Gê, Molenga, a Ellie... — Morgan dizia os nomes de cada um, contando nos dedinhos.

Felizmente, por hora, Peter não foi mais mencionado. E a noite, foi uma das raras nas quais Tony não contou uma história do Peter e do Homem-Aranha, incapaz de tocar no nome do garoto, ao menos por hoje.

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𝐆𝐇𝐎𝐒𝐓 𝐈𝐍𝐕𝐈𝐓𝐀𝐓𝐈𝐎𝐍, irondadOnde histórias criam vida. Descubra agora