Capítulo 10

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— O cadete Caky já acordou? O coronel Piter e seu namorado Keano estão chamando-o.

Essas são as vozes que consigo escutar ainda de olhos fechados. Não sinto dores no corpo ou nada do tipo, apenas uma leveza nos olhos, até parece que eu estava dormindo.
Arrisco abrir apenas um dos olhos para ver onde estou, pelo que percebi é um teto de um avião de guerra, estou deitado na cama de enfermagem, nenhum tubo de soro no meu braço, que esquisito, eu acabei de cair de um prédio, e estou aqui, será que é o céu? Ou eu reencarnei?

Abro os dois olhos e me sento na cama, estou com a mesmas vestimenta, a farda do departamento. Escuto gritos no lado de fora.

— Caky? Vem para fora, tem uma surpresa para você. Acho que vai gostar.

Isso é impossível, é a voz de Keano, será que realmente eu estava sonhando e tudo aquilo foi imaginação?
Mas não era um sonho, eu sei que não era, e isso não parece ser o céu ou o inferno, pelo menos não sei
nenhuma religião que descreve o céu ou o inferno como a sala da cabine de um avião de guerra.
Levanto devagar e vou até a porta, quando vejo Keano entrar.
Eu fico sem reação, só dou um abraço nele muito forte.

— É você mesmo cara? — pergunto.

— Claro que sou eu seu besta. — Keano fala.

— Alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui? — pergunto novamente.

— Claro que posso. — Keano fala rindo como se nada tivesse acontecido.

— Eu tô fincando com medo, fala logo cara. — digo novamente.

— A parte da história é toda real Caky, e SIM! Lola, Valete, Laura, Piter eu e você morrermos. Porém depôs que cai da janela agarrado a Look, eu fiz para salvar sua vida. Durante a queda eu e Look brigamos pelo graveto, e antes de chegar ao chão eu consegui tomá-lo para mim, e fiz um pedido, e por isso estamos aqui. — Keano fala feliz e com um sorriso contagiante.

— E o que exatamente você pediu? — pergunto enquanto seguro a mão de Keano.

— Pedi para que tudo o que estava na minha mente se tornasse realidade, é um pedido só, concreto e direto. E parece que deu tudo certo em. E foi muito louco porque eu senti uma leveza no corpo ao cair, parecia que eu estava viajando no tempo. — Keano me dá um abraço forte depôs da fala.

— Cadê Valete, Lola, meu pai, Laura? — eu pergunto.

— Já acordaram e foram para a terapia, perguntaram as mesmas coisas que você, Estão bem Caky, ESTÁ TUDO BEM. — ele não para de me abraçar.

— Keano você é espetacular, muito incrível, perfeito, você salvou todos nós. — falo e aperto ele.

— Olha quem está aqui. — ele puxa uma coleira.

— Eu não acredito. A CACHORRO. Ela está aqui também. — grito e passo a mão sobre o pelo branco da Cachorro.

— Miauuw — a Cachorro me dá boas vindas.

— Então era essa a surpresa, e a Zumi? Ela... Tá... — falo quando de repente.

— Sim! Sim, eu também estou aqui, falei que não ia te deixar tão fácil.
— Zumi fala enquanto entra pela porta do avião, com seus olhos que me rasgam de inspiração, seu cabelos curtos e fardamento preto.

Lembrei dos dias que ela entrava pela porta do departamento, deixando seu perfume, ela nem me tocou ainda, e já sinto sua energia daqui, e é isso que nos conecta, o que sempre conectou, nossas diferenças absurdas deixa nossa relação mais intensa, como o brilho da Lua.

— Zu. ZUMI? — é o que consigo falar.

— Oie garoto novato.

FIM.

DISTINTOS DO NORTE 2Onde histórias criam vida. Descubra agora