A garota que desperta sentimentos.- KiyoKei

Capitulo 02: A prática de um falso namoro

Após o evento anterior que me levou mais tempo do que era necessário, acabei me atrasando. Como resultado, fiquei para fora da aula no primeiro dia de aula.

Agora, encostado na parede ao lado da porta, suspirei.

Não era como se me atrasar fosse o problema, mas a atenção que atraio, principalmente no primeiro dia, era um tanto quanto incomôdo. Não que eu me importasse, mas ainda sim, era melhor eu passar  por desapercebido.

Outro suspiro escapou dos meus lábios enquanto olhei para minhas mãos, me lembrando do toque da Karuizawa, a garota que salvei mais cedo e que foi o motivo por me atrasar. A sensação ainda estava recente e presente na minha pele, me lembro de todas as estranhezas que senti quanto a toquei. A maciez das coxas, o calor de sua mão menor que a minha, os "sentimentos" que eu senti através do contato da minha mão com a sua. Aquilo foi estranho, mas foi algo quente. E isso despertou uma curiosidade dentro de mim.

Eu precisava encontra-la novamente. 

— Éh... Licença. Você é Ayanokoji Kiyotaka?

Desviei meus olhar das minhas mãos para dar a atenção a pessoa que me interrompeu.

Ao meu lado tinha um garoto. Ele tinha a mesma idade, aparentemente, que eu e possuia um tom de gentileza aos traços faciais.

Olhei para ele, como minha mãe diria, com minha usual cara de pôquer e olhei rapidamente para a insígnia do seu uniforme ao lado esquerdo para saber seu nome. 

Lendo-se "Hirata Yousuke" ao canto.

— Sim, sou eu. — respondo em meu tom monótono.

—  Prazer, me chamo Yousuke Hirata. Sou um colega da sua sala. Vejo que o Haguromo-sensei não te deixou entrar.— Ele disse em tom natural de confiança e familiaridade.

— Hi.

— Bom, ele é bem exigente mesmo com quem se atrasado. Mas não se preocupe, depois você poderá pegar a matérias com nossos colegas.— Olhei de canto para ele, tentando entender sua atitude otimista e tranquila.

Como não ia dar resultado, eu iniciei algum diálogo para não ficar em silêncio — não que me importasse, mas minha mãe está sempre exigindo que eu mantenha um ciclo social ativo.

— E você, por que chegou atrasado?

Eu de fato não estava interessado, mas dada a personalidade que ele me mostrou em alguns segundos de conversa, ele parece um cara conservador, alguém do tipo que sempre correria para defender outra pessoa sem hesitar, pondo os desejos egoístas das outras pessoas em cima de si. E com sua personalidade estoíca, ele certamente era popular se considerar sua aparência além de, dada a impressão, ser alguém esperto que sempre cumpre as regras.
Então, para um cara assim se atrasar, certamente teria que envolver outra pessoa.

— Ah, bem.— Ele disse coçando a cabeça com as mãos atrás das costas.— Sabe como é que é né? Eu tive que ajudar uma pessoa. Sabe, é que ela é sempre intimidada por pessoas da sua escola antiga e eu estou dando apoio a ela. Eu não sei como é ser intimidada, então não posso ajudar muito.

— Entendo.

— Mas e você? Por que se atrasou? Você não parece alguém que se atrasaria no primeiro dia de aula.

— Foi quase o mesmo motivo, mas de qualquer jeito, acho que diferente.— Respondo desinteressado.

Hirata parece notar minha falta de habilidade de expressão mas ignora propositalmente aparentemente.

— Entendo. Bom, se você quiser, eu posso te mostrar a escola no intervalo.

Ele sugeriu e eu apenas acenti possitivamente e respondi no meu tom de indiferença