𝐒𝐞𝐝𝐢𝐜𝐢 -𝐂𝐡𝐚𝐫𝐥𝐞𝐬 𝐋𝐞𝐜𝐥𝐞𝐫𝐜 (𝐎𝐧𝐞 𝐒𝐡𝐨𝐭)

Nostro futuro

—Charles, vamos, estamos quase atrasados! –falo indo até a porta do banheiro, me escorando no batente e olhando para o moreno que estava terminando de abotoar a blusa.

—Você parece nervosa. Está tudo bem? –ele pergunta, agora me olhando enquanto passa seu perfume. —Amor, você planejou cada detalhe desse dia, vai tudo ocorrer bem.

—Eu sei, eu sei, mas é a primeira vez que você vai conhecer meu irmãozinho e vamos ficar o dia inteiro com ele! E se tudo der errado? –falo rapidamente, o nervosismo aparente na voz.

Charles anda até mim e sou atingida em cheio pelo seu perfume. Respiro fundo enquanto ele me encara, as suas mãos agora segurando meu rosto.

—Vai dar tudo certo. Ele vai me adorar! Eu tenho certeza, é impossível não gostar de mim. –ele disse com um sorriso convencido, que me arrancou uma pequena risada.

—Meu Deus, espere só até as pessoas descobrirem que Charles Leclerc é um baita convencido. –digo para provocá-lo, mal conseguindo conter um sorriso. A expressão orgulhosa de Charles oscila por um momento, pego de supresa pela minha fala. Porém, logo ele solta uma pequena risada e seus lábios se tornam um sorriso brincalhão.

—Como é, mocinha? Não sou convencido. Sou honesto, só estou falando a verdade! –Eu reviro os olhos e ele ri, juntando nossos lábios em um selinho logo em seguida.

—Acho bom você estar certo, Sr. Honestidade. –Eu disse, me desvencilhando dele e começando a ir em direção a porta.

Confiro minha bolsa mais uma vez, me certificando se peguei tudo. Charles pega as chaves e abre a porta mim. Agradeço e saio do apartamento, indo em direção ao elevador e esperando o moreno fechar a porta e ir ao meu encontro. As portas do elevador se abrem e nós entramos.

—As compras estão no porta malas da Ferrari, certo? –Pergunto, sem conseguir disfarçar a preocupação no tom da minha voz.

—Sim, mademoiselle. Comprei tudo que foi pedido na lista. –Ele faz graça, o que me faz soltar um sorriso, aliviada.

Novamente, a porta se abre e agora nos deparamos com o hall de entrada do prédio. Vamos até a nossa garagem e entramos no carro. Charles e eu passamos o caminho inteiro até a casa dos meus pais cantando as músicas que tocavam, o que me ajudou a relaxar mais.

Agora estávamos parados em frente a porta da casa de verão dos meus pais em Monte Carlo. Charles passava as mãos em seus cabelos, o ajeitando repetidas vezes. E eu sabia que, no fundo, ele também estava nervoso. Quem vê de fora, não entende o porquê de tanto nervosismo em torno da situação, mas Charles sabe o quanto meu irmão significa para mim e o quão importante é que eles tenham uma boa relação.

Eu olho mais uma vez para o homem ao meu lado e não consigo deixar de pensar na minha sorte. Reúno toda a coragem que me resta e toco a campainha. Imediatamente, consigo escutar passos apressados. Meu pai abre a porta e, antes que eu sequer possa dizer "Oi" a ele, sinto alguém abraçando minhas pernas com todas as suas forças.

—Irmã!! –Jack diz sorrindo e, então, eu não pensava mais em nada, apenas no meu irmãozinho.

—Jackie-jackie!! –Digo, o pegando no colo com um grande sorriso. —Pronto para hoje rapazinho?

—Sim, sim, sim e sim! -Ele mal podia evitar de dar pulinhos e gritinhos de felicidade enquanto respondia.

Meu pai e Charles trocavam acenos de cabeça, ambos com um sorriso nervoso estampado nos rostos. Eu me segurei para não rir. Não era a primeira vez que eles se encontravam. Afinal, eu e o Charles estávamos juntos a quase um ano, mas meu pai é um verdadeiro pai coruja e depois do meu antigo relacionamento, ele ficou ainda mais protetor, apesar de já ter confessado para mim que gostava do Leclerc e que ele era um bom rapaz.
Charles ainda se sentia um pouco intimidado pelo sogro, mas eles se davam bem. Apesar, de meu pai ser Team Principal e CEO da Mercedes-AMG Petronas F1 Team e Charles ser piloto da Scuderia Ferrari. Eu não nego que acho um pouco cômico ver como eles são desajeitados um com o outro, principalmente quando estão no paddock. Ainda assim, eles sempre mantiveram o trabalho longe das nossas vidas pessoais, embora nas noites de jogos em família eles tenham a tendência de sempre competir um contra o outro.