Conflito

1.3K 132 44
                                    

Acordei pela manhã sentindo um peso no colchão à minha frente. Ao abrir os olhos, me deparei com Ran deitado, com a cabeça apoiada no braço que estava apoiado no colchão, brincava com uma mecha do meu cabelo.

- O que tá fazendo? - Questionei sonolenta.

- Estava vendo se você teve uma boa noite de sono. Como está se sentindo?

- Bem, eu acho...

Eventualmente me lembrei do que havia feito na noite passada, e corei ferozmente quando me dei conta.

- E-ei... Me desculpa por ontem, eu estava fora de mim...

- Você é mesmo uma pirralha inconsequente, né? Eu poderia ter me aproveitado de você, se quisesse.

- Pirralha?! Quantos anos você acha que eu tenho?!

- Pelo seu tamanho, deve ter uns 12. - Ran riu da própria piada.

- Fique você sabendo que eu faço 18 daqui a alguns meses.

- Tá... Mas enquanto isso você vai continuar sendo uma pirralha fofinha. - Beliscou minha bochecha com um sorriso divertido.

- Isso dói, seu idiota!

- Então... - O Haitani rolou na cama ficando sobre mim. - Você estava falando sério ontem?

- Sai dessa vandinha, eu não sabia o que estava falando. - Empurrei seu rosto com uma mão.

- Você me chamou de quê??

- Van-di-nha.

- Garota, você é muito atrevida... Não tem medo do que eu posso fazer com você?

- Você com certeza não é suicida a ponto de fazer algo que eu não queira.

- Acho que está tudo bem apanhar se for de uma mulher bonita como você.

- Tá legal - Disse rindo - Preciso ir pra casa agora, tenho um compromisso mais tarde.

- Quer que eu te leve? - Ran se levantou junto comigo.

- Acho que vou aceitar.

Assim, Ran me levou de volta para casa. Fui surpreendida pelo silêncio na mesma, havia me esquecido dos problemas com o meu irmão. Segui direto para o banheiro e tomei banho, lavei o cabelo e vesti o uniforme da Toman. A luta contra a Valhalla seria dali a algumas horas, então eu precisava estar pronta. Após encher meus bolsos com curativos e coisas simples de primeiros socorros, peguei minha moto e dirigi até a casa de Haruchiyo. Assim que toquei a campainha fui atendida por Takeomi.

- Oi Akira, o que faz aqui a essa hora? Você não devia estar na escola?

- Não estou com ânimo pra aula hoje... O haru tá em casa?

- Sim, ele tá no quarto dele, como sempre. Pode entrar.

- Obrigada.

Segui até o quarto de Haruchiyo. A julgar pelo silêncio, ele provavelmente estava drogado de novo. Ultimamente vinha usando coisas bem mais fortes do que apenas maconha, e isso me preocupava. Eu detestava ver o meu melhor amigo se afundando na dependência química.

Ao abrir a porta, me surpreendi ao ver Haruchiyo sentado sobre a cama com as pernas cruzadas, estava de cabeça baixa e concentrado enquanto desenhava.

- Oi Haru! Tá fazendo o quê? - Perguntei fechando a porta atrás de mim. Imediatamente o garoto escondeu o caderno.

Send Me Orchids - Ran Haitani Onde histórias criam vida. Descubra agora