Noah Urrea
Eu tenho regras...- Ela sussurrou, sem tirar o olhar dos meus lábios. Eu assenti, assistindo seu peito subir e descer rapidamente. - Nada de você me dar ordens. E nada de você me assistir dormir. -Eu umidessi os lábios e ela arfou com o movimento. Minhas mãos estremeceram com a vontade de colar nossos corpos. - Nada de invadir minha privacidade também.
Ela ficou quieta e eu me afastei alguns centímetros. Nossos olhares se encontraram, e eu pude ver que suas pupilas estavam gigantes. De desejo.
Ela me queria. Talvez não tanto quanto eu a quisesse, mas ela me queria.
- Só isso? -Perguntei acalmando minha respiração.
Sina mordeu o lábio e eu quase gemi.
Sua respiração falhou e eu assisti a ela tentando manter a calma.
- Tem mais uma coisa. -Eu voltei o olhar para seus olhos. -Nada de me olhar desse jeito.
- Desse jeito como?
Percebi que minha voz estava mais rouca que o normal, o que fazia meu sotaque transparecer muito mais.
- Como se você quisesse rasgar minhas roupas e me comer contra a parede mais próxima.
Eu nunca soube o que realmente significava ter autocontrole até aquele momento. O dia de hoje estava sendo psicologicamente impossível.
Primeiro, temos Sina me abraçando e descansando a cabeça em meu peito enquanto dormia. Depois temos ela corando. Depois eu ligo para ela e ouço algum tipo de gemido, e ela me responde que esta encontrando o parceiro para noite. Eu já achava que estava no meu limite, quando entrei naquela loja de lingeries e a vi vestida com a roupa mais sexy do mundo. Dentro daquela sala, irritado, com ela vestida daquele jeito, eu quase a beijei. Quase.
E então quando tive alguns segundos ao ar fresco para me recompor, longe do cheiro dela, a mulher me aparece vestida como uma deusa. E agora estamos no meio da calçada vazia, esta de noite, ela não para de olhar para minha boca e me solta uma coisa dessas.
Imagens de dela contra a parede, gemendo e enlaçando meu pescoço invadiram cada canto do meu cérebro. E eu me afastei alguns metros daquela mulher.
- Nunca mais diga algo assim para mim de novo. Nunca mais.
Eu disse com o último fiapo de voz que me restava.
Sina me encarou e respirou fundo.
- Podemos ir para sua casa agora?
Ela parecia exausta, e eu pensei que deveria ser tão cansativo para ela resistir a nossa atração quanto era para mim.
Eu assenti e comecei a andar até a onde tinha estacionado o carro.
- É sua casa também, sabe? Não precisa dizer que é "minha casa".
Ela me ignorou e foi abrir a porta dianteira, mas eu coloquei a mão na maçaneta antes dela.
- Desculpe, minha mãe e meu pai eram muito rígidos no quesito "trate as mulheres como as rainhas que elas são".
Eu abri a porta para ela que, por sua vez, entrou em silêncio. Eu fechei a porta e entrei no lado do motorista depois de colocar as compras atrás.
A viagem até a minha casa foi silenciosa, e eu não tinha certeza se gostava disso ou não. Por um lado, era bom poder descansar um pouco e não forçar meu cérebro nas nossas usuais batalhas verbais. Por outro, eu achava que a sua voz era a coisa mais linda do mundo, e saber que ela estava quieta por minha causa era doloroso.
Apertei o volante quando o celular dela tocou.
-Oi. Sim, estamos chegando...Não se preocupe. Ele foi idiota como sempre, nada demais, nada de menos
Eu mordi a parte interna da bochecha.
Idiota como sempre heim?
Sina ficou em silêncio por alguns segundos, e depois se despediu.
-Não aconteceu nada demais. Ok. Até amanhã
O carro voltou a ficar silencioso, e eu estava desconfortável. É só que ela sempre estava tagarelando sobre alguma coisa, ou reclamando, ou só fazendo sons com a boca. Não parecia certo que e ela sentisse a necessidade de ficar quieta só porque estava chateada comigo.
Irritada.
Me corrigi mentalmente.Sina não ficava chateada. Na verdade, se bem me lembro, ela estava "puta da vida" comigo.
Sorri com o canto dos lábios.
A mulher era uma caixinha de surpresas mesmo.
Chegamos em casa e ela não me deu a oportunidade de abrir a porta do carro para ela. Ou de mostrar a casa. Ela apenas entrou, como se fosse dona do lugar e não como se nunca estivesse entrado ali na vida, e me deixou plantado na garagem, a assistindo perplexo.
Então voltamos ao ponto zero, onde eu seria ignorado?
Suspirei e peguei as compras, tentando ter paciência. Eu sabia que era um cara difícil de se conviver. E Sina, por mais durona que fosse, não tinha a obrigação de lidar com as minhas merdas. Ela me deixava louco, era verdade. Mas não era culpa dela que meu pau ficava duro só de observa-la. Ou que eu quisesse arrancar a cabeça de cada imbecil que a olhasse na rua. Isso era problema meu. O que só significava uma coisa: eu deveria pedir desculpas.
Olhei para a escadaria gigante que levava ao andar dos quartos.
Agora? Mais tarde? Amanhã?
Respirei fundo e tomei minha decisão.
Que os céus me ajudem.
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Deixe sua estrelinha e comentem muito!Até o próximo capítulo🦋
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Broken Pieces•𝘯𝘰𝘢𝘳𝘵
Aksiyon✓𝖭𝗈𝖺𝗋𝗍 𝖠𝖽𝖺𝗉𝗍𝖺𝗍𝗂𝗈𝗇 Sina Deinert é o que chamamos de "Mulher modelo"ela é bonita,inteligente,gentil e atenciosa,que todos parecem gostar.E bem sucedida e não poderia reclamar de uma coisa em sua vida. Até que Sina se vê cercada de rela...