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Karen Narrando

Matteo está irredutível, como um ser humano pode ser assim tão frio, teimoso igual uma mula? Estou a horas tentando convence-lo de deixar o Capiroto livre, mas ele apenas maneia a cabeça em negação, estou ficando destruída por dentro, uma pessoa pode morrer por minha causa.
- Deixe pelo menos eu vê-lo? - Atordoada pela circunstância, coloco a mão em minha cabeça pedindo ajuda a Deus, será que ele me ouviria?
-Vamos!- Diz impaciente.
Saímos da sua sala, olhando diretamente para o Miguel que está encostado no capô do seu carro, meus olhos enche d'água, respiro fundo caminhando lentamente atrás do Matteo, onde eu fui me meter?
A porta se abre com Matteo destrancando a porta, a cena que vejo é totalmente horrível, sinto-me sem chão, mal consigo falar, lágrimas desce igual uma cachoeira.
Vou até o Capiroto que está desacordado, seu corpo está todo sujo de sangue, oque Matteo fez com ele, foi muita crueldade, tem uma faca alojada em sua perna, tremo meu corpo todo.
-Capiroto? Sou eu! Por favor acorde! Acorde, vou tirar você daqui-Sussurro entre lágrimas, seguro em seu rosto fazendo que ele o olhe pra mim e abre um sorriso fraco.
-O..que? Faz aqui? E..ele po...de machucar vo...ce-Mal está conseguindo falar, apanhou no corpo todo por minha culpa, levou facada por minha culpa.
-Eu não vou deixar você aqui, eu que fiz essa merda, então vou ajudar você a sair daqui nem que eu tenha que morrer Capiroto.
Falo somente verdade, não saberia lidar com isso, ter que conviver com uma morte que foi totalmente culpa minha, seria um passo para a morte em minha vida.
  Saio da salinha onde está  o Capiroto, sigo em direção a sala do Matteo, abro a porta sem bater, ele me xinga por não ter batido na porta apenas sento na cadeira apoiando meu cotovelo em sua mesa, olho dentro do seus olhos toda derrotada.
— Matteo, ele precisa de um médico! Por favor, salva a vida dele.— Falo chorando.
—Não Karen,  alguém tem que pagar por isso, estou com raiva! Deixe ele morrer, ou você já se apaixonou por ele? —Seu tom de voz saí irritado.
—É uma vida Porra! Uma vida, e a culpa é  minha,  não quero uma morte em minhas costas! Por favor Matteo!

Ele se levanta pegando uma garrafa de whisky entornado todo em sua boca, começa a andar de um   lado para o outro,  ele está pensando, espero ele tomar sua decisão, Miguel me envia mensagem, porém não o respondo,  estou totalmente nervosa por ir isso. Me assusto  com ele jogando a garrafa contra a parede me causando um pouco de medo, mas não demonstro, ele senta na mesa em minha frente pousando sua mão em meu rosto, ele abre a boca mas fecha, sei que vai falar alguma coisa.
— Você quer tanto que ele saia né? Então, podemos fazer um acordo!—Diz ele com um sorriso nos lábios.
—Que acordo é este Matteo? Diz logo.
— Você será minha, somente minha em troca da vida do Capiroto! Toda minha, minha propriedade! E aí acordo feito?

Este homem é doente, isso tudo é apenas porque eu fiquei com dois homens? Ele não me ama, isso é psicótico, porque o amor é ver o bem da pessoa,  ele não faz isso, mas como não aceitar se não tem outro jeito? Minha vida parou de vez.
—Eu aceito, mas saiba que é por ele que estou fazendo isso, pelo Capiroto, não por você,  mas de você,  eu quero distância,  vou se tua somente pelo nome!— Esbravejo.
  Ele solta uma gargalhada alta arrepiando todos os cabelos do meu corpo, onde eu vim me meter? Porque não aviso meus pais sobre oque está acontecendo? Eu poderia fazer isso, certamente eu levaria um tremendo esporro, mas com toda a certeza isso custaria algumas vidas,  não somente do meus pais, mas também a de Matteo, e não quero que ninguém morra, muito menos Matteo.
— Não terar como você se distanciar de mim minha pequena smurf, vamos viver vinte e quatro horas por dia juntos! Ou você acha que ainda vai morar em sua casa? A partir do momento que em sair do quarto,  você já é minha.!— Diz ele rindo.
Não é possível, onde eu vim me meter? Como que vou fazer isso? Infelizmente eu terei que contar quem realmente eu sou, é melhor descobrir agora, do que depois, a merda já está pronta, só vai feder mais um pouco, até porque se eu sumir da minha casa de uma hora pra outra, meus pais irão me caçar até o inferno e se eu arranjar um motivo, vai ser mas fácil.

—Matteo, preciso que me ouça com atenção,  eu compro está merda de acordo, porque não tem outro jeito, mas você precisa saber quem realmente eu sou!

—E quem você é? Uma patricinha do asfalto? Uma dondoca que não sabe oque é uma adrenalina? Que pegou o dono do Morro, gostou, pegou o gerente do Morro, para não se contentar fez orgia com o gerente e mais um dono do morro sendo meu amigo! Porra! Fazendo o papel de uma vadia Karen? É isso mesmo?– Começo a chorar, ele está certo.

Me odeio!

Odeio este homem

—Sim você  está certo, mas é porque eu não me contentei com você! Pensava que traficantes era ruim de cama sabe! Então fui provando os outros, mas não, eu estava errada, acho que era você mesmo—O provoco  sabendo que terá consequências.

Ele puxa meu cabelo com força, suas mãos descem pelo meu pescoço apertando, não posso demostrar medo, então dou uma gargalhada olhando em seus olhos, Matteo aperta ainda mais, meus olhos estão quase se arregalando, minha respiração está lenta, abro um pequeno sorriso com esforço e o empurro na mesa, seguro em seu braços quase em cima dele, coloco uma das suas pernas entre a minha segurando com força.
—Posso até ser patricinha como você diz, porém não faço parte do clube das suas vadias, está pensando que vai encostar a mão e vai ficar por isso mesmo? Se tu encostar um dedo em mim seu desgraçado,  também irei encostar em você, porque quem bate também gosta de apanhar.—Falo firme apertando o   seu pescoço.

—Uuui, estou morrendo de medo, agora mês diz garota, oque você tanto queria me falar, mas diz algo que você não seja patricinha por favor.

Minha sentença já está arruinada mesmo, é só ele bater o martelo que já estou indo para o inferno.

— Matteo, eu sou filha de policias, meu pai é delegado, é daqui um tempo eu também serei e por isso....— Ele me interrompe aos gritos.

— Sua filha da puta, DESGRAÇADA X9, TU VAI  MORRER SUA MISERAVEL, VEIO FAZER OQUE AQUI? VEIO VER E FALAR TUDO PARA SEU PAI CORRUPTO?—ele diz acertando um soco em meu rosto, mas na mesma hora o devolvo na mesma intensidade.

—EU DISSE QUE SE ME BATESSE,  EU FARIA O MESMO COM VOCÊ! E NÃO SOU X9, NÃO SOU!—falo com raiva e acabamos entrando em uma briga corporal, porém meu corpo está todo machucado, ou melhor com hematomas .

—Eae Gavião.—Ele grita e  logo o rapaz entra.—Leva o Capiroto para o postinho,  avise a família dele, e essa x9 aqui, vai se acomodar na salinha durante uns dois dias,  não de água,  é muito menos comida!

Saio da salinha com Gavião segurando em meu braço, Miguel quando me ver vem correndo,  mas Matteo o impede dizendo quem realmente eu sou.

Sou jogada com força na salinha,  eles me pega pelo cabelo me colocando sentada em uma cadeira me amarrando toda, levo dois soco no rosto do Gavião, Matteo já não está mas aqui.

Esse é o meu fim

Votem e comentem

E pessoal? Será que a Karen sai dessa? E como?

Destinado ao MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora