Tudo começou em dezembro, mais especificamente no dia 3 de dezembro.
Estava frio, aquele frio que corta quando entra em contato com a pele.
Aquele tipo de frio que faz com que você deseje o sol acima de tudo, você tinha me avisado para levar um casaco, mas eu sempre fui teimoso o suficiente para ir contra o que você fala, mesmo quando sei que você está certo. Eu tinha certeza absoluta morreria de frio, não era acostumado a sentir tanto frio, mas como sempre na minha vida você me salvou.
— Toma – você me deu seu suéter favorito, eu não conseguia acreditar que você me deixaria usá-lo.
— Mas e você Bill? – perguntei com a blusa em mãos
— Eu sou invencível Stanley, e sabe... ele fica melhor em você do que em mim – você me disse brincalhão como sempre, com aquele sorriso que me deixa confusão.
Ah Bill, se você apenas soubesse o quanto eu gostava de você teria mudado algo? teria feito você ficar? É tão sufocante te amar e não te ter, mas seria tão triste te ter e o você não me amar, ah Billy se você apenas soubesse...
Mas eu vi em seus olhos Bill, eu vi na primeira vez que ela apareceu andando de forma confiante e delicada. Eu não quis assumir para mim o que eu sabia o que acontecido e doeu nas profundezas do meu coração saber que aquele olhar não era direcionado a mim.
Quando ela passa, seus olhos cor de céu brilham igual diamantes expostos a luz, você nunca tinha olhado ninguém igual olhou para ela, nem ao menos para mim. Isso doeu, comprovando aquilo que eu nunca quis acreditar.
Ver você tão apaixonado por ela, me implorando ajuda para conquistar ela fazia meu ser se contorcer em angústia, mas eu ajudei Billy... Eu ajudei porque se você precisava de mim eu estaria lá, eu sempre estarei lá. Mas aquela era uma visão triste para os meus olhos doloridos.
Cada movimento dela te deixava no céu, cada palavra e piada sem graça... até mesmo quando ela pediu para você se afastar de mim Billy em respeito ao relacionamento de vocês, aquilo era cruel, mas você fez. Você se afastou.
Ela te deixou hipnotizado, enquanto eu morria. Eu morri dia pós dia.
Afinal de contas eu tentei dei o meu melhor, eu implorei por você Billy mesmo que fosse uma parcela mínima da sua atenção. Mas por que você me beijaria? Eu não tenho metade da beleza dela, não tenho lindos cabelos de fogo e muito menos olhos turbulentos como o mar. Meus cabelos de macarrão e olhos de terra não te deixaria encantado.
Eu a vi, ela estava com o seu suéter com o seu favorito, aquele que você disse que fica melhor em mim. Eddie que me contou que você o deu para ela, meu mundo desmoronou.
Eu não podia acreditar naquilo, eu não queria.
— Stan, está tudo bem para você eu ter dado meu suéter para ela? – você me perguntou quando me viu chorando no banheiro, era lamentável tamanha tristeza de um amor não correspondido.
— Está tudo bem Willian, afinal não é nada além poliéster... o problema aqui é que você gosta mais dela.
Vocês sempre estavam juntos, as mãos unidas e droga, teu sorriso era tão grande. Você passou seu braço pelo ombro dela... Você fazia isso comigo antes dela aparecer. Agora eu precisava do seu calor contra mim, sua atenção, me sinto tão frio sem seu amor.
Como eu poderia odiá-la? A santa Beverly Marsh que todos amam, que é boa com todos, ela é um anjo.
Eu vou ser cruel Billy, talvez você não me perdoe por isso, porque não posso mentir para você e meio que eu queria que ela estivesse morta. Mas se ela morresse você morreria também. Você não morreria por mim, mas eu morreria por você.
Mas a verdade, a mais pura verdade e que dentro do meu coração eu sinto o desejo de ser ela.
Ter toda beleza e ter todo amor que você dá para ela... porque nos meus desejos mais profundos eu desejo ter todo o seu amor, ser aquele que conquistou seu coração, mas eu não sou.
Eu queria ser a Beverly.