Capítulo I

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04 de março (sábado)

Louis William Tomlinson nunca imaginou chegar aos 29 anos desse jeito, o ômega pensou que sempre estaria no controle de sua vida, que saberia ser sensato e racional e que por causa disso conseguiria cumprir toda a ordem estipulada em seu caderno amarelo de quando ele tinha 13 anos e escreveu em disposição numérica toda a ordem de sua vida. E até que para não ser injusto, o ômega até que tinha conseguido tal proeza, mas isso, só até os 18 anos.

Ele tinha seguido à risca o fato de levar os estudos a sério, tinha seguido à risca o fato de não entrar namorando na faculdade e obviamente, seguido à risca o fato de entrar na faculdade.

Direito. Caramba! Ele sempre soube que queria isso, sabia desde a primeira vez que seu pai o levou em uma audiência, depois disso, o pequeno ômega custava a sair do escritório do pai, fingindo que já era quem queria ser, e ele seriamente acreditou que conseguiria ser, um advogado excelente, alguém tão bom quanto o pai, justo e bem-sucedido, mas parece que ele estava terrivelmente errado.

Tudo começou a ir contra os planos quando Louis deixou-se apaixonar de verdade pela primeira vez, ele pensou que tudo bem se envolver com um alfa do curso no primeiro mês, que seria só momentâneo, mas não foi. Louis começou a namorar Sam Fender no mês seguinte e não pensou direito quando sete meses depois o alfa lhe pediu em casamento e ele disse sim, tinha parecido tão certo, quer dizer, algumas pessoa faziam isso, não faziam? Seus pais eram exemplo disso, se conheceram e casaram num espaço de 10 meses e eram apaixonados a mais de 30 anos, então, por que ele diria não? E parecia mais certo ainda casar no ano seguinte, eles já estavam morando juntos de qualquer forma e Louis estava apaixonado! Os pais de Louis estavam radiantes! O ômega só não contava com um filhote inesperado.

Louis desmaiou no dia que soube, acordou sozinho no banheiro com a cabeça latejando e foi parar no hospital em total desespero, ainda faltavam anos para se formar, então o que diabos ele ia fazer? Só que Louis não se perguntou mais isso quando Sam correu até o hospital e chorou de felicidade quando soube da notícia, então o ômega realmente acreditou que eles dariam conta.

Koa Ronan Tomlinson era seu mundo inteiro, o pequeno ômega de sete anos o fazia ter uma razão para existir, Louis nunca tinha pensado muito sobre filhos, ele achou que se concentraria no trabalho e em viajar ao redor do mundo por toda sua vida, mas isso não aconteceu, tudo que ele fazia agora era se concentrar no pequeno filhote, e por incrível que pareça, ele amava! Não era como se ele compartilhasse do sentimento de arrependimento da maternidade, que gostasse de ser mãe, mas não da maternidade - o que era muito comum, mas pouco falado - Louis realmente gostava do conjunto, não  reclamava sobre as noites mal dormidas ou sobre a preocupação constante com outro ser humano, ele achava válido que algo que muito vale, muito custasse para ele, e Koa valia tanto... Mas Louis só não deu conta, ele não conseguiu, só tinha conseguido sua graduação e sua pós graduação em direito, mas com um bebê foi difícil concluir o curso de prática jurídica, o que lhe impedia de atuar na área, e ele até pensou que quando Koa estivesse maior ele poderia voltar de onde parou, mas isso parecia cada vez mais longe agora e Sam não gostava muito da ideia de qualquer forma.

Mas, ele era feliz não era? Louis às vezes acreditava que sim, tentava se manter na razão de que ele tinha o que muitos queriam, um alfa bem-sucedido, um filhote, uma casa boa... Isso era o suficiente não era?

Tinha que ser.

— Eu vou pegar uma bebida — Louis avisou, fazendo com que o marido tirasse a atenção da conversa só para assentir, tirando sua mão das costas dele, voltando sua atenção para o grupo seleto com quem ele conversava. O ômega odiava esses jantares, odiava ter que estar todo arrumado e ter que deixar Koa com uma babá só para ter que ficar ao lado de Sam enquanto ele conversava com juízes e advogados sobre coisas importantes - coisas que Louis queria conversar, ele ainda lia, ainda era interessado sobre essas coisas, mas ninguém realmente se importava com o que ele tinha para dizer — Porra! Desculpa — Louis exclamou alto demais quando abriu a porta e ela bateu em alguém, suas bochechas já ficando vermelhas pelo palavrão - que ele nunca soube controlar - e pelo desastre, mas ele só queria um refúgio, sabia que na casa dos Styles tinha uma biblioteca gigantesca, e gostava de fugir para lá quando tudo na área de festas era demais para ele, e obviamente que nessas ocasiões ele nunca tinha esbarrado com ninguém.

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⏰ Última atualização: Jan 11, 2023 ⏰

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