O sol clareava um pouco a tenda, a fogueira estava apagada, mas as velas ainda estavam acesas. Fazia frio naquela manhã, mas nada que roupas de tecido grosso, cobertas de pelos e mantas quentes para aquecer. Ubbe estava sentado em um banco que ficava ao lado da cama da ruiva, a donzela que ele dominou em seus braços, cuja a lembrança se recordava muito bem. Em sua mão, estava um copo com hidromel, saboreando o conteúdo nele.
Seus olhos azulados estavam fixos na visão da jovem deitada e adormecida na cama, onde a luz do sol pairava sobre a pele reluzente e seu lindo e longo cabelo da cor escarlate, o corpo nu estava coberto por uma grossa camada de pelos sobre ela. Maeve adormeceu.
Após semanas sem dormir bem desde os tormentos que lhe incomodavam, ela finalmente pôde ter paz. Seus lobos estavam ao lado dela, com os corpos encolhidos e sonolentos. Os fios avermelhados da jovem caía sobre a cama e ia até o chão. Era uma visão magnífica para quem lhe admirava tão inocente e frágil naquele momento.
O viking não fazia nada, não pensava em nada e muito menos ousaria acorda-la. Ele pairava toda sua atenção apenas e somente nela. Relembrava da noite de paixão ardente que ambos tiveram a cada respirada que ele dava, quando fechava os olhos por breves segundos e os abria. Seu coração palpitava forte com aquilo. Poderia beija-la para desperta-la, mas ele não quis. Maeve finalmente adormeceu depois de dias e ele apenas lhe observava.
O silêncio do quarto se obtinha apenas um som, o som dos suspiros de Ubbe e da respiração calma e solene da jovem adormecida. Ele sorriu fechado e de canto. Tê-la em seus braços, dando-lhe prazer e amor era o que ele sempre imaginou fazer e fará sempre que ela pedir, sempre que ambos existirem para o outro.
— Maeve... Eu trouxe uns... — Thora entrou na tenda, carregando em seus braços uma cesta de amoras frescas. Expressou um olhar surpreso ao ver Ubbe no quarto dela, fazendo um sinal de silêncio colocando o dedo indicador na frente da boca. — Desculpe... — disse em um tom baixo, dando alguns passos para trás e se afastando dali.
Ele olhou para Maeve mais uma vez, como se quisesse capitar todos os mínimos detalhes do rosto dela. Se levantou, ficando de pé ao lado da cama. Estava relutante em deixar aquele lugar, mas era preciso. Seus deveres em Kattegat como príncipe, como filho do falecido rei Ragnar, deveria ser cumpridos.
Soltou a taça que segurava em sua mão, colocando-a em algum canto em cima do banco onde estava sentado. Se aproximou mais perto da cama e abaixou-se para dar um beijo na bochecha rosada da ruiva adormecida. Pôde sentir o cheiro adocicado dela entrando em suas narinas, fechou os olhos em poucos segundos com isso.
Maeve não se moveu, estava tão cansada e apagada em um sono profundo que não teve a oportunidade de desfrutar por semanas. Ubbe ergueu seu corpo novamente, caminhando até a saída e a olhou por alguns segundos até se afastar dali.
A noite em que passaram não saia de seus pensamentos e ele sabia que quando a jovem despertasse, teria o mesmo efeito.
E metade do dia já havia passado, o sol ofuscante ganhava mais força em sua luz que queimava um pouco a pele descoberta da ruiva, onde a iluminação clareava em alguns lugares sobre aquela tenda pequena. O som das ondas batendo no mar, pois seu aposento ficava ao lado daquele imenso oceano azul.
Maeve abriu os olhos lentamente, suspirou ao se espreguiçar na cama e sentir aquela coberta quente lhe aquecendo. Paz e tranquilidade era o que somente vinha em sua mente, sem tormentos, sem um pesadelo insistente para lhe perturbar, sem medos ou angústias. Nada. Apenas o doce e mais sincero silêncio em seus pensamentos. Se dando conta de que finalmente conseguiu o que tanto queria: dormir profundamente quanto seus lobos faziam.
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I See Fire - Ubbe Ragnarson
FantasyA jovem Maeve acaba vendo todo seu reino, Arwen, destruído pelos russos e sendo sequestrada por eles ao descobrir que é mais do que uma simples guerreira. Em meio a isso, acaba sendo libertada por vikings e com ajuda deles, busca vingança pelo seu p...