Capítulo 4: Fardo e Salvação

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Dean conduziu o estranho ômega pela porta, sua cabeça com mil perguntas. O homem estava desajeitado no tapete de boas-vindas, mexendo as mãos como se não soubesse o que fazer consigo mesmo.

— Vem — disse Dean, colocando a mão nas costas do homem e guiando-o para a sala de estar, onde Star Wars ainda rolava na TV. Ele pausou o filme e se sentou no sofá, gesticulando para o estranho fazer o mesmo. — Você disse que precisa de ajuda. Você quer que eu ligue para a polícia ou algo assim?

— Não! — O homem parecia assustado, seus olhos arregalaram ainda mais, apertando as mãos com tanta força que os nos dos dedos ficaram brancos. — Não, isso não será necessário. Eu só preciso de um lugar para passar a noite para que o meu... meu marido não me encontre. E preciso ligar para o meu advogado pela manhã, mas prometo que não vou incomodá-lo mais depois disso.

— Você não está incomodando — disse Dean, um buraco se formando em seu estômago enquanto ele entendia o que estava acontecendo. Esconder-se do seu marido não é boa coisa, especialmente se você fosse um ômega. Isso, combinando com os hematomas no rosto do homem e a sua postura tensa e nervosa, indicava um relacionamento abusivo. — Pode ficar o tempo que precisar. Qual é o seu nome?

— Castiel. Castiel MacLeod. — O homem torceu o nariz ao som do seu próprio sobrenome.

Era o sobrenome do seu marido, isso significa que havia um contrato legal e real envolvido, não simplesmente um acordo entre dois para viver como casal exclusivo. Não era à toa que ele queria chamar um advogado.

— Ok, Cass — disse Dean. — Posso te chamar assim? Cass?

Castiel parecia assustado.

— Claro — disse finalmente. — Meu... Meus irmãos costumavam me chamar assim, na verdade. Já faz muito tempo que ninguém me chama por esse apelido.

— Entendo — disse Dean, acrecentando isso a sua lista mental de problemas que o homem enfrentava.

Não era incomum que alfas tradicionais intensos mantiam os parceiros ômegas por perto, mas era incomum que eles os separassem completamente das suas famílias.

— Pode me contar o que aconteceu? Não quero ser intrometido, mas estranhos geralmente não batem da minha porta as três da manhã.

Castiel engoliu em seco.

— O meu marido mandou o meu filho embora — disse ele, suavemente. — Ele já vem ameaçando a mandá-lo para uma escola de sexo único para ômegas a um tempo. Eu tentei impedi-lo, e ele... — Castiel parou, inclinando-se para frente e enterrando o rosto nas mãos. — Crowley não aceita bem a insubordinação. Eu disse a ele que se ele mandasse nosso filho embora eu o deixaria, e ele ficou furiso.

Dean assentiu, cerrando os punhos sobre o seu colo. Castiel estremeceu e continuou:

— Meu marido é muito conservador e tradicional. Casar com ele foi um erro estúpido, mas eu não sabia o quão radical ele era naquela época. Eu aguentei isso por anos porque eu era muito orgulhoso para sair e ir rastejando de volta para minha família. — Castiel balançou a cabeça com esse pensamento. — Então eu tive Samandriel, e pensei, não queria que ele fosse criado com uma visão distorcida sobre ele mesmo por causa do seu pai e seus pensamentos sobre os ômegas, achei que seria melhor ele ser criado com os dois pais. Não tinha mais como sair.

Castiel riu, um ruído surdo e sem humor.

— Acho que atingi o meu limite. Samandriel era tudo que eu tinha, agora ele se foi.

Dean pós uma mão reconfortante sobre o ombro de Castiel. O ômega loiro olhou para os olhos azuis brilhantes piscando com tristeza, mas por baixo havia uma poderosa mistura de determinação e fúria.

Imperativo Biológico | Destiel ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora