É só dizer não e pronto!

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Mexia e mexia naquela caixinha de veludo dentro de seu bolso, estava com medo do que aconteceria nos próximos minutos. Ao ouvir o som dos passos do maior se deu conta do que estava prestes a fazer. Avia chamado o maior para encontra-lo em um riacho próximo ao abrigo que arrumaram, uma caverna. O som da água batendo contra as pedras e o canto dos pássaros o fez relaxar de certa forma.

-- O que você quer, Hidan? -- O mais velho como sempre ignorante.

-- Eu sei que você não é chegado em enrolação então vou ser bem direto e dizer de uma vez. -- Suspirou profundamente antes de soltar a curta frase que talvez mudasse sua vida por completo. -- Eu tô gostando de você. Acho que já gostava desde quando começamos a nos entender melhor, mas enfim, eu tinha que contar.

Os olhos verdes tinham um fundo de surpresa, porém sua boca não falava nada, o nervosismo de Hidan subia a cada segundo passado. De repente Kakuzu desviou o olhar e se virou de costas, o platinado desejou ter uma chance de poder morrer naquela ação.

O mais velho ficava cada vez mais distante, seguindo a trilha rumo a Kumogakure sozinho durante bons minutos. Hidan só se deu conta que precisava o seguir quando o ouviu resmungar algo desconexo ao assunto anterior.

A luta foi complicada, já que não entravam em um ritmo fluído. O que mais importava era que conseguiram deixar a Jinchuuriki inconsciente, Zetsu terminaria o serviço já que apareceu depois da garota estar imobilizada.

° ° °

Já avia se passado uma semana após a confissão de Hidan, Kakuzu desde então evitava mais e mais o menor. Na sua visão era insuportável fazer viagens barulhentas e cheias de reclamações, porém o silêncio completo vindo de alguém tão extrovertido como sua dupla, era tão agoniante quanto o clima que os rondavam.

O moreno estava sozinho no quarto do esconderijo, acabara a recontagem das notas que tinham naquela mala prateada que tanto cuidava. Se levantou para guardá-la longe do olhar de qualquer um que entrasse ali, uma precaução que desenvolveu depois que sua última dupla pegou alguns ienes sem sequer perguntar. 

A porta de carvalho bateu com força pelas suas costas, imaginou ter sido o vento pela janela do quarto que se mantinha aberta pelo clima abafado. Ao se virar para abri-la novamente notou que não foi vento algum, e sim seu parceiro que carregava consigo um olhar de poucos amigos.

-- Bate mais forte da próxima vez, quem sabe você não consiga quebra- -- Se auto interrompeu repentinamente causando um estranhamento ao menor, mas este apenas ignorou e começou um assunto provavelmente extenso.

-- Escuta, Kakuzu. Eu sei que foi do nada, alguém do nada chegar em você e se declarar deve ser bem difícil da ficha cair, só que eu também tô chegando no limite com isso; Você só tem me evitado, não  fala comigo nem pra me xingar. Eu sei que tá difícil aí mas eu mal durmo só pensando que eu fodi com tud-

-- Cala a boca Hidan, você tá me deixando mais nervoso que eu já tô! 

--  Nervoso!? Tudo bem então, eu não vou morrer se levar um fora então se tá tão nervoso assim é só dizer "Não" e pronto!

-- Quer ficar quieto e me deixar terminar?! -- Aumentou seu tom para que fosse maior que o volume da voz do outro. -- Eu gosto de você, por isso eu tô mudando tá?! Ou tentando.. -- A última fala saiu bem baixa.

-- Traduz.

-- Idiota. -- Tudo que se passava na cabeça de Kakuzu era "por que fui me apegar em um ser tão burro?". -- Eu acho que você mereça alguém que te trate melhor do que eu trato, mas eu queria ser esse alguém, queria ser a pessoa que tá com você sempre e que sabe que pode contar pra qualquer coisa. -- Dizia se sentando na cama de novo. -- Eu vou mudar, eu juro.

Tudo que o platinado conseguiu fazer foi dividir o colchão de solteiro com o moreno. Puxou lentamente aquela máscara de pano vendo aquelas cicatrizes. Oh, Hidan as achava muito atraentes. Os olhos chamativos se fecharam - o mais novo não conteve o sorriso ao vê-lo de tão perto - assim como os mais novos e os lábios se conectara como imãs, o encaixe perfeito provava que aquilo devia ter acontecido bem antes.

Se separaram mas não abriram os olhos, apenas encostaram as testas e misturaram suas respirações. A mão do moreno se encontrava na cintura do menor, enquanto este emaranhava seus dedos nos fios escuros do outro.

-- Eu quero ficar com quem eu me apaixonei, se você mudar qual sentido isso tudo teria? -- Soltou uma risada nasal curta.

-- Até faz sentido. Quando você aprendeu a pensar tanto assim?

-- Não faça eu me arrepender dessa porra.

-- Pode deixar. -- A curvatura que a mão grande repousava foi apertada com vontade resultando em uma arfada baixa do menor, os olhos verdes se abriram se deparando com aquele rosto pálido - mas com as maçãs do rosto bem coradas - de olhos fechados e o lábios inferior sendo mordido pelo próprio garoto.

Eram pouco mais de 02:00 e a noite só estava a se iniciar.

Confissão e.. Desinteresse?Onde histórias criam vida. Descubra agora