CAPÍTULO - 12

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Uma lanterna fora acesa, Tony a segurava. O espaço onde estávamos, parecia se tratar de um ante-sala, era pequena, fria e só possuía uma porta solitária do lado oposto à escada.

- Sabíamos que íamos conseguir, eu te falei - Pike mais uma vez abraçou Tony com bastante força.

- Deixem o casamento para depois - disse Marta, dando uma gostosa risada.

- Engraçadinha - Tony respondeu dando margem para que ela não pensasse que ele estava irritado com o comentário.

Senti minha barriga reclamar de fome, parecia mais irritada do que nunca. Tentei convencer meu cérebro para que avisasse meu estômago que a comida estava perto, só mais um pouco e finalmente eu iria me alimentar.

- Nicolas, estamos aqui, abre logo - Tony falou para um tipo de duto acima da porta, apontando com a luz da lanterna.

A porta permaneceu imóvel.

- Quando eu encontrar aquele moleque, ele vai se vê comigo - Pike deu um leve empurrão em Tony e começou a bater com força na porta. Marta continuava encostada na parede.

- A por favor, o Nicolas mudou bastante depois que descobriu que vai ser pai, nao é mais um moleque - Marta falou, procurando acalmar os dois - ele sempre foi cuidadoso, logo logo vai abrir a porta.

- Deixa só até o bebê nascer, que ele vai ficar ainda mais desatento - Pike rebateu a fala de Marta e voltou a bater na porta.

- Esse tal de Nicolas .... - Mamãe perguntou, com a voz retraída, como se não quisesse parecer intrometida - quem é ele, e por que estão nervosos com ele ? .

A luz da lanterna veio em nossa direção e com ela a resposta.

- Nicolas é o... - a voz de Tony sumiu.

A porta então foi aberta, e uma pequena quantidade de luz entrou na ante-sala.

- Até que fim, vamos - Marta saiu andando em direção à abertura. Sua postura ainda deixava claro que sua perna não estava sarada.

Todos nós saímos e demos de cara com um longo corredor, nao havia nenhuma fonte de luz, a não ser a da lanterna. Havia um homem lá, parecia estar apressado.

- Desculpem a demora, isso aqui tá uma loucura desde ontem - Ele falou e saiu andando pelo corredor, levantando o braço para que o seguissimos.

- A Luíza... ela ... - Tony pareceu se perder com os palavras.

- Fique tranquilo, ela segurou as pontas. Agora que vocês estão aqui, poderão ajudá-la a cuidar de tudo - ele fez uma pausa rápida - ela nem dormiu essa noite.

- Bem, vamos ajudar no que for preciso, porém Marta e a mãe do garoto precisam dos médicos - Pike completou.

- A mãe do garoto ?? - o homem fez mais uma pausa como se estivesse vasculhando um lugar obscuro de suas lembranças - Aaa sim, fui informado deles. Os médicos vão estar lá embaixo esperando e irão cuidar de tudo.

O corredor finalmente se abriu para uma outra ante-sala, haviam quatros outros corredores, mas seguimos por uma escada circular para baixo. Pike ajudou Marta a descer.
Descemos por volta de quarenta degraus e ao longo do percurso não notei qualquer sinal de lâmpadas. Eu já estava acostumado à dormir na escuridão do shopping, mas aqui no búnquer, tudo parecia ainda mais escuro e sufocante. As paredes de concreto ao lado dos degraus tinham uma cor cinza e eram exatamente iguais aos do que eu morei há 5 anos atrás.

Marta deu pequenos gemidos de dor enquanto descíamos.

- O bebê do Nicolas já nasceu ? - Marta que estava calada desde a primeira ante-sala perguntou.

TEMPORADA DE CAÇA Onde histórias criam vida. Descubra agora