Capítulo 2

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Duas semanas haviam se passado desde que Sculler Vallauri havia prometido um almoço todos os dias com Viviane, aos fins de semana ele mandava um motoboy lhe entregar alguma comida, e na segunda ela o entregava algum desenho ou pintura que fazia parte do acordo que fizeram. A cada semana que passava mais sobre a garota surpreendia os dois homens, ao que se refere a pintura já que a jovem nunca falava sobre sua vida pessoal John achava incrível como ela contava muito sobre a vida sem nunca falar demais.

-Está ansiosa para começar as aulas?

-Talvez um pouco demais, sorte minha que começa em uma semana.

-Seu filho Raul, resolveu voltar para a faculdade?

-Meu pai o convenceu.

John ia retrucar, mas não achou adequado com Viviane ali, e a jovem não era tola, pois logo percebeu.

-Eu já terminei- ela puxou um quadro da bolsa e entregou a Sculler, tirou outro e entregou a John que ficou surpreso. -Agradeço pela refeição, e peço desculpas por sair mais cedo.

Viviane ficou de pé e pôs a mochila às costas, na semana anterior John percebeu que ela usava sempre as mesmas roupas e levou algumas que uma das filhas não usava mais, a jovem ficou tão contente que queria retribuir a ação e pintou um quadro diferente que chamou a atenção, esse era monocromático e com uma técnica que Sculler invejou.

-Os talentos dela com a pintura são extraordinários- admitiu John.

-E ela encontrou um jeito de lhe agradecer pelas roupas.

John ficou sem graça.

-E acho que ela percebeu que eu tinha algo para ser falado em particular.

-E o que é?

-Seu filho, ele quase não vê o avô e foi justamente ele que o convenceu a voltar para faculdade, está acontecendo algo Sculler?

O empresário suspirou.

-Raul adquiriu um temperamento ruim depois que a mãe dele fez o que fez- ele tomou um gole do vinho -durante meses ele não entrou na cozinha e vivia arrumando confusão na escola. Não sei o que meu pai disse a ele para convencê-lo a voltar.

-Seu pai sempre foi melhor que você com as palavras- admitiu o chofer.

-Nisso terei que concordar.

Sculler tomou o último gole do vinho.

-Está tudo bem com você, Sculler?

-Você é meu amigo desde que comecei a trabalhar na empresa de meu pai, sabe que dia está se aproximando.

John lembrou, o motivo de Raul ter se afundado na depressão e descontando toda sua frustação nas pessoas que o cercavam, o motivo de Sculler beber mais que o costume nos últimos meses do ano e estar tão dedicado ao trabalho. A esposa louca dele, ou melhor, ex-esposa.

-Maribel sumiu há muito tempo, e que bom que tocamos no assunto, Geordia entrou em contato de novo. Ela quer ver você.

-Irei ligar para ela essa semana, por favor, não me deixe esquecer isso.

John assentiu e os homens se levantaram indo para fora, Sculler recebeu uma ligação, uma longa reunião o esperava.

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