Guilhermina, uma típica jovem de classe alta, no auge da sua beleza, acorda numa noite chuvosa, sem as suas lembranças, sem sequer saber algo sobre si mesma, e com um lindo homem loiro que se diz seu marido. Sendo guiada pela intuição, ela decide co...
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Capítulo 15 - Parte 1
Jason Donatti
~Após o casamento~
Hoje, eu e Mina nos casamos. Posso dizer que a festa foi linda, emocionante e até mesmo me despertou um sentimento que eu não sabia que existia, porém que eu facilmente ignorei e continuei com a farsa, finalmente me casando com Mina. Eu estava tão nervoso para o que estava prestes a fazer, pois nunca havia tratado Mina mal, por isso, mesmo durante a festa, eu comecei a beber. Quando chegamos em casa, ela finalmente me conheceu debaixo das máscaras, um verdadeiro monstro que não pararia até a vingança ser cumprida.
Eu não demonstrei enquanto a encarava, já que sempre foi fácil para mim esconder meus sentimentos, porém a sua reação realmente fez meu coração se apertar em meu peito. Foi tão ruim que pela primeira vez me permiti visitar a cena do crime de vinte anos atrás, onde eu perdi a minha família, e com isso ganhei vários traumas, além de um desejo peculiar, o da vingança.
É tão estranho estar aqui de novo. Eu ainda lembro daquele dia com perfeição, mesmo que a casa esteja completamente empoeirada e bagunçada, eu ainda consigo me ver sentado no sofá, brincando com a minha mãe que estava sendo paciente com o meu pai na reunião.
Naquele dia eu estava tão feliz, tão contente por estar ao lado da minha família, e não fazia ideia de que aquele dia seria o último que eu os veria com vida. Eu ainda sinto o meu coração ser esmagado ao lembrar dos gritos da minha mãe, da sua cabeça, do seu sangue, do corpo do meu pai jogado no chão do escritório, mas o que eu realmente nunca serei capaz de esquecer são os olhos do homem que tirou a vida deles.
Quando eu ainda estava no orfanato, pensava que quando o encontrasse, eu faria ele ser torturado até a morte, que sentiria dor eternamente, mas agora estando aqui mais uma vez nesse chão frio da minha antiga casa, eu me sinto um fraco! Sequer estou o atingindo diretamente, e além de tudo estou usando a filha dele para ver seu sofrimento. No fundo, não é isso que eu quero! Mas agora me sinto um covarde em dobro! Covarde por estar usando Mina, e covarde por não conseguir matar ele, mesmo que ele estivesse na minha frente, implorando por isso.
Suspiro, mais uma vez virando a garrafa de álcool na minha boca, o que me estressa, pois é quando eu percebo que a minha bebida já acabou.
Eu estava prestes a jogar a garrafa de vidro contra a parede, mas... senti meu celular vibrar em meu bolso. Eu o peguei e vi o nome de Mattia aparecer na tela. Ele me enviou uma mensagem, e com o coração pesaroso eu a li. Quando eu saí de casa, deixando Mina sozinha no que deveria ser a nossa noite de núpcias, não aguentei toda aquela pressão em meu peito e enviei diversas mensagens para Mattia, falando que não queria continuar com essa merda. Mas a sua resposta parece não concordar comigo.
"Nós colocamos um enfermeiro naquela casa para cuidar do velho, nós damos um jeito de fazer aquele enfermeiro dar os remédios errados e piorar o estado de saúde dele, e agora ele está um fio de ter um derrame ou infarto, então não me venha com esse papo de arrependimento! Não existe arrependimento para os seus pais! Ou você já esqueceu quem os matou e o porquê eu te tirei daquele orfanato? Eu falei para não começar a gostar da garota! Já é tarde demais para se arrepender! Mesmo que você pare com o que começou agora, deixando o nosso plano de lado, ela ainda vai te odiar por ter feito o que fez, e você sequer vai conseguir sua vingança! Então lute pela vingança! Não quero mais falar sobre isso, espero que estejamos entendidos."
