Sonhe um Sonho comigo // Morpheus x Johanna Constantine

Capitulo 9

Matthew pov.

Já faz quase um mês desde nossa ultima viagem ao inferno, que resultou na grande briga entre o chefe com a Johanna, ou o término deles, mesmo que eles neguem toda hora que tavam namorando. Morpheus passou esse mês todo de cara emburrada... Quer dizer, ele tá sempre de cara emburrada... Você me entendeu, ele tava abalado com tudo isso

Claro que ele tentava esconder, como eu disse, ranzinza e melancólico é o normal pra ele, então passava despercebido para o resto dos funcionários do Sonhar, mas eu sentia as emoções dele, por causa da nossa conexão. Ele voltou com aquela capa escura que fechava seu coração e o mantinha distante de todos a sua volta. Ele quase não saia mais do seu trono, passava o dia todo lá ouvindo as reclamações dos sonhos, até suas respostas automáticas começavam a revelar que ele não conseguia se concentrar em mais ninguém, só no vazio que aquela moça deixou em sua alma

Ele tem se mantido em tanto isolamento, nem Lucienne consegue tirar mais de duas palavras dele, seu corpo podia estar em sua frente mas sua mente estava mais distante que onde Judas perdeu as botas

Mas se ele estava desse jeito, ela estava bem pior, mesmo que não deixe aparecer. Eu ia até o mundo desperto pelo menos uma vez por dia, pra ver se ela tava indo bem, tentando ser discreto pra ela não me perceber. Por quase um mês, Johanna Constantine não parava em casa, depois de ter mandado o chefinho ir pro inferno, no inferno, ela se jogou de cabeça numa putaria desenfreada. Se não tava enchendo a cara com álcool e todo tipo de droga em todas as baladas de Londres, tava se enfiando na casa de alguém pra fazer sabe se lá o que (essa parte eu prefiro não ver, mas dava pra imaginar)

Eu estava preocupado com ela, ela virava noites inteiras nessa vida louca, nem parecia dormir direito. Dessa vez, tentei ajudar ela a chegar em casa em segurança, ela reclamou de inicio, mas estava tão alterada pelas substâncias que colocou em seu corpo, que não pode lutar muito contra mim, que segurei seu casaco em meu bico e a puxei pelas ruas até entrar em seu apartamento. Fiz ela tirar o casaco e ela imediatamente tombou em cima de sua cama e desmaiou. Pelo estado em que ela estava, virei ela pra ficar de bruços caso ela queira vomitar e a cobri com o cobertor pra não passar frio. Me posicionei em sua escrivaninha e deixei ela descansar, passar o efeito de toda aquela bebida e esse pó e aí, só aí, eu ia tentar conversar com ela.

Johanna pov.

Cacete, eu realmente não lembro de nada da noite passada, minha cabeça tava um branco total. Falando em cabeça, a minha tá explodindo que nem uma desgraça, puta que pariu, maldita ressaca. Nem sei como que eu cheguei em casa, eu achei que eu tava naquela balada e ia acabar dando pt lá mesmo, era até o meu plano pra aproveitar o máximo. Enquanto eu tentava raciocinar qualquer coisa, meus olhos estavam tão pesados que pareciam selados de tanta dor que era tentar abrir. Na real, meu corpo inteiro doía e latejava a cada movimento que eu fazia pra levantar

- Se quiser, eu separei duas aspirinas e um copo de agua pra você. - Cada palavra martelava na minha cabeça que já tava doendo muito, mas eu abri um pouco as pálpebras, só tinha uma visão borrada do meu quarto que rodava e rodava na minha frente - É melhor tomar, do jeito que você tava quando te encontrei, eu devia te mandar pro hospital, mas ia ser complicado de explicar.

- Ia ser engraçado ver isso. - Comentei, pegando os dois remédios e engolindo de uma só vez, depois eu lavei um pouco a garganta com a agua que ele trouxe - "Enfermeira, ajude esse pássaro falante a carregar essa pobre mulher moribunda até a maca!" Seria um filme interessante - Brinquei ao imaginar a cena, mas até meu senso de humor tava meio quebrado nesse momento