Epilogo

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23:57. Vejo as horas e fico surpreendida, nem dei pelo tempo a passar.
Hoje faz um mês que acabámos, e eu saí de casa. Ainda me dói como se tivesse sido ontem. Uma relação de 7 anos, acabou assim. Sem mais nem menos. Resultámos tão bem, durante tanto tempo. Mas chegou a um ponto em que deixámos de nos entender, deixámos de falar a mesma língua. Eram discussões sem nexo, dia sim dia não. Deixou mesmo de resultar, já não tínhamos respeito um pelo outro. Mas apesar de todas as más memórias, neste momento só me passam pela cabeça as boas, as mágicas, as que vão ficar para sempre guardadas. O nosso primeiro beijo, que pareceu ter sido tirado de um filme. As gargalhadas que dávamos juntos. As brincadeiras sem fim, quando tudo era bom, quando tudo era felicidade. Às vezes, sentia que estava numa bolha de amor, que estava a viver um sonho, que era tudo o que eu precisava. Mas, eventualmente, deixou de ser. E a verdade, nua e crua, é essa. É a isso que tenho que me agarrar, para poder seguir em frente.
Abano a cabeça, e tento me recordar de todas as vezes em que ele me tratou mal, de todas as vezes em que senti raiva dele. Se eu sentir tristeza, vou sentir saudades dele. Se sentir raiva, é mais fácil esquecê-lo. Esquece-o. Tens que o esquecer. Algo melhor está guardado para ti, só tens que o esquecer.
A única certeza que tirei disto tudo, é que não me quero voltar a apegar a ninguém tão cedo. Não quero voltar a por nas mãos de outra pessoa, a minha felicidade. Não quero voltar a ser vulnerável com ninguém. Vou construir um muro, e ninguém vai voltar a entrar. Ninguém voltará a ter tanto poder sobre mim.
Nunca mais.

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⏰ Última atualização: Oct 24, 2022 ⏰

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