Quase

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Luisa Monteiro

Desde aquela fatídica noite em que fui exposto às revelações de Yuri, as coisas tem andado em completa estranheza entre nós. Mesmo com nossos esforços incansáveis para manter a normalidade plena, o distanciamento inevitável se fez presente, minando a essência da conexão que tínhamos construído juntos.

A partir daquele momento, comecei a questionar tudo o que eu havia feito e todas a coisas que haviam acontecido entre nós desde a noite em que nos conhecemos. Revivi mentalmente cada pequeno momento que passamos juntos e percebi, que ele tinha a razão em todas as palavras ditas, eu só não havia percebido antes.

Era como se o véu que cobria meus olhos tivesse sido arrancado, revelando uma realidade que estava bem diante de mim. As palavras proferidas por Yuri ecoavam incessantemente em meus pensamentos. Os relatos eram realmente verdadeiros, mas o que eles significavam para nós?

Nossos encontros, antes repletos de risos e intimidade, agora pareciam carregar uma tensão palpável no ar. Cada palavra, gesto ou olhar carregava uma carga pesada, um subtexto não pronunciado, um abismo entre nós cada vez mais profundo.

Tentamos, desesperadamente, trazer de volta a normalidade que outrora nos envolvia. Mas mesmo nossos sorrisos forçados não conseguiam esconder a incompreensão que nos invadiam. Os momentos de silêncio prolongado, que antes eram raros em nossa convivência, tornaram-se uma presença constante. O peso do que foi dito pesava na atmosfera, com uma pressão quase insuportável.

É evidente o esforço que o jogador está fazendo para se manter afastado de mim, e confesso que não faço a mínima ideia sobre como devo proceder. Embora eu queira desesperadamente trazê-lo de volta para perto de mim e perpetuar nossa conexão não-romântica, ao mesmo tempo sinto uma vontade irresistível de correr em direção aos seus braços e unir nossos lábios. No entanto, ao mesmo tempo, eu compreendo que talvez a distância seja a melhor opção para ambos, levando em consideração todas as circunstâncias.

Constantemente, meu subconsciente insiste em me lembrar que não é apropriado me distrair no momento atual. Sinto-me sobrecarregada com uma imensa quantidade de tarefas a realizar e com preocupações de maior magnitude que exigem minha atenção prioritária.

Neste exato momento, estamos vivenciando uma experiência única, imersos em uma atmosfera elétrica de expectativa e pura adrenalina. A bordo do avião, cruzamos os céus com destino ao Rio de Janeiro, a cidade que servirá de palco para o aguardadíssimo segundo jogo da final da Copa do Brasil, onde teremos o grande desafio de enfrentar o Flamengo.

Enquanto observamos as nuvens passarem pelas janelas da aeronave, nossos pensamentos voam até o Estádio do Maracanã, que se agiganta perante nós. Imaginamos as arquibancadas lotadas, o grito ensurdecedor da fiel torcida, que, apesar de estar em menor número, se faz dominante. Os nervos estão à flor da pele e a adrenalina é palpável.

O primeiro jogo na Neo Química Arena terminou em um empate frustrante de zero a zero. Sabemos que enfrentar o time no Maracanã será um desafio difícil, então nos preparamos intensamente para estar neste momento. Todos os jogadores dedicaram horas extras nos treinamentos, estudando minuciosamente cada tática e estratégia para superar nossos adversários. A equipe técnica não mediu esforços para aprimorar a forma física e mental, buscando aprimorar o desempenho em campo de cada atleta. Chegamos aqui confiantes e prontos para lutar pelo resultado que almejamos. O Maracanã é um palco grandioso, repleto de histórias e emoções, e estamos cientes de que teremos que dar nosso máximo para conquistar a vitória. O apoio da torcida também é fundamental, pois sabemos que teremos dezenas de vozes nos incentivando durante os 90 minutos de jogo. Estamos cientes dos desafios que estão por vir, mas estamos determinados a superá-los e sair vitoriosos desta batalha.

A PresidenteOnde histórias criam vida. Descubra agora