Pagamento Adiantado

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Em um porão subterrâneo sem janelas, o corpulento Alger Wilson estava sentado ao lado de uma mesa comprida com vários aparatos e pergaminhos de pele de cabra.

Na frente dele havia uma vela já um pouco consumida. A luz bruxuleante, fraca e amarelada da chama fez as sombras dos objetos e da mesa se moverem como uma miragem.

O cabelo de Alger estava desordenado como algas marinhas, em um azul profundo que lembrava preto, e ele usava um manto com padrões de relâmpago bordados. Ele juntou as mãos com os polegares um em frente ao outro enquanto se concentrava em uma garrafa de líquido preto à esquerda da vela.

Whoosh! Whoosh! Whoosh!

Splash! Splash! Splash!

O som de ventos tempestuosos ou o barulho das ondas do mar se quebrando uivavam de dentro da garrafa lacrada. E em pontos onde a tinta preta não afundava, uma névoa fraca rodopiava. Era como se tivesse crescido olhos e uma boca.

Alger inclinou a cabeça para olhar o relógio pendurado na parede e observou o ponteiro chegar ao três.

Ele pressionou sua têmpora enquanto seus olhos ficavam escuros. Cores fascinantes surgiram dos vários itens da mesa.

Naquele momento, ele descobriu uma luz vermelha-profunda que parecia uma onda gigantesca vinda do nada, afogando-o instantaneamente!

Backlund, Bairro Imperatriz, dentro da luxuosa mansão da família Hall.

Depois de dispensar sua professora de dança, Audrey trancou a porta e sentou-se em frente à penteadeira.

O sol lá fora era brilhante e lindo. Havia um caderno marrom claro feito de pele de cabra requintada. Estava aberto, revelando que estava em branco. À sua direita, havia uma caneta-tinteiro de bico dourado e rubis embutidos.

Audrey fez um teste e certificou-se de que poderia pegar a caneta-tinteiro e anotar a fórmula no momento em que saísse da Reunião.

— Estou tão ansiosa por isso... — ela respirou fundo para reprimir sua empolgação enquanto olhava para o espelho com os lábios enrugados.

No entanto, ela não se viu refletida nele, em vez disso, um feixe vermelho e ilusório explodiu de seu corpo!

Acima do nevoeiro cinza havia um majestoso salão divino que parecia a residência de um gigante.

Cores vermelho-escuras floresciam dos dois lados da mesa de bronze. Elas subiam como em uma fonte antes de descerem tamborilando. Elas 'esculpiram' duas figuras embaçadas que se sentaram nos mesmos lugares de antes.

Audrey, com seus cabelos loiros e macios e de estatura alta e magra, olhou instintivamente para o Assento de Honra. Ela viu a figura recostada, imersa na espessa névoa cinzenta. Uma mão estava aberta, tocando o lado da mesa, enquanto a outra mão acariciava seu queixo.

— Boa tarde, Sr. Louco~! — gritou Audrey animadamente.

Depois disso, ela virou a cabeça e olhou para a pessoa a sua frente. Com o mesmo tom, ela disse:

— Boa tarde, Sr. Enforcado~!

Esta dama certamente não é sofisticada. Ela tem tanta certeza de que eu sou uma boa pessoa? Por que não há medo nenhum nela? Ela é uma nobre dama que é bem protegida? — Klein sorriu e manteve sua imagem insondável.

— Boa tarde, senhorita Justiça.

Enquanto falava, ele abaixou a cabeça ligeiramente, moveu a mão esquerda e tocou sua glabela duas vezes.

Senhor dos Mistérios - Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora