Estou com você

Capítulo 35 - Ninguém descansa aqui

Caitlyn

Meus pensamentos estavam completamente bagunçados e eu simplesmente não conseguia organizá-los, era uma mistura de tudo o que aconteceu e o que poderia acontecer. Mas o que estava predominando era o que a Jinx insinuou, diante do que ela disse parecia haver uma única conclusão, mas isso não faria o menor sentido.

Violet parecia estar tão perdida em pensamentos quanto eu, olhando sua expressão ela deve ter chegado à mesma conclusão que eu, mas não queria falar e eu entendo o seu receio. Como se sentisse meu olhar sobre ela, ela parou de olhar pela janela e se virou para mim com um suspiro.

— Vamos voltar para a delegacia ou prefere ir para casa e descansar? — Pergunto, apesar de já saber a resposta.

— Delegacia, temos que conversar — Mesmo não querendo concordo com a cabeça.

Permito-me estar no piloto automático enquanto eu me obrigava a limpar meus pensamentos, embora isso tenha se mostrado uma tarefa mais difícil do que o esperado, mas ao menos consegui fazer isso antes de chegarmos à delegacia e aparentemente a Violet também.

Assim que chegamos seguimos em direção a minha sala em um completo silêncio, como já estava escuro muitos dos defensores terminaram seu turno e foram substituídos por outros, que apenas batiam continência para nós. Enfim em minha sala, me sentei de frente para o quadro enquanto Vi se sentava em minha cadeira e pude sentir quase instantaneamente seu olhar sobre mim do outro lado da mesa.

— Isso não faz sentido! — Falo antes de tudo.

— Uma parte faz e você sabe disso.

— Não é verdade, não tem como ser verdade e você sabe disso!

— Ela tem razão, temos que parar de deixar nossos sentimentos nos atrapalharem e começar a agir como defensoras — Diz meio a contragosto.

— Você realmente acredita nela? Não desconfia nem um pouco que seja só mais umas das suas mentiras? — Pergunto finalmente devolvendo seu olhar.

— Sinceramente? Não, não desconfio e sabe o porquê? — Nego com a cabeça — Porque analisando tudo, é a única coisa que parece dar uma explicação mínima.

— E que merda de explicação seria essa? Eu entendo o porquê você ainda acredita nela, mas não tem nada que justifique essa hipótese — Me obrigo a respirar fundo ao sentir que eu estava começando a me alterar.

— E eu sei o porquê não quer acreditar nisso, mas pensa comigo, quem mais teria dinheiro pra toda essa corrupção? Quem eram os únicos que conversavam com ela depois de tudo? E por que não falaram nada sobre isso? — Olho para o chão e nego levemente.

— Mas eles jamais seriam capazes disso e eu tenho certeza de que deva haver uma explicação para ela! — Será?

— Cait, amor, olhando tudo o que eles fizeram com a própria filha, você realmente dúvida disso? — Sua pergunta era cautelosa, mas necessária.

Suspiro, quem eu quero enganar? — Eu não quero acreditar que eles sejam capazes disso tudo, mas se forem vamos precisar de provas — Volto meu olhar para ela, ela tem razão está na hora de agirmos como defensoras! — Mas vai ser difícil conseguir isso, eles são poderosos e isso facilita para esconderem as coisas, mas também pensam que com esse poder eles são intocáveis então com certeza deixaram algumas brechas, só precisamos encontrá-las!

— Alguma ideia de pôr onde começamos? — Volto meu olhar para o quadro e ela faz o mesmo.

— O ideal seria começar pela casa, mas qualquer prova que tivéssemos foi destruída e acobertada pela reconstrução.