Instigador

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Depois de instruir seu golden retriever, Susie, Audrey andou de um lado para o outro, aparentemente preocupada. Ela também não tinha certeza se a magia ritualística resultaria em algo estranho.

—Vamos tentar então... — Seus olhos ficaram calmos enquanto ela usava seu estado de espectador para imaginar o processo. Logo, ela chegou a um novo arranjo.

Audrey destrancou a porta do quarto e disse a Susie:

— Susie, sente-se aqui; se Annie ou qualquer outra pessoa tentar entrar, imediatamente vá ao banheiro para me informar.

Para evitar acidentes, sua criada pessoal tinha a chave para abrir a porta.

Susie olhou-a enigmaticamente e sacudiu o rabo três vezes.

— Muito bem. Vou deixar você escolher o que quiser para o almoço hoje! — disse Audrey.

Depois de convencer Susie, ela entrou no banheiro. Cada lado da banheira quadrada tinha de três a quatro metros. Estava cheia de água clara, ondulando gentilmente em seu interior, emitindo vapor. Era uma visão bastante onírica.

Audrey arrumou uma mesa retangular com muitas garrafas colocadas em sua superfície. Então, voltou e trouxe velas, itens de sacrifício e um roupão branco.

Imediatamente depois disso, ela fechou a porta do banheiro.

Com tudo pronto, Audrey deu um suspiro de alívio e pegou uma garrafa translúcida azul-clara ao lado das quatro velas.

A garrafa cilíndrica brilhava misticamente sob a luz. Nela estavam os óleos essenciais que ela havia destilado de uma mistura ontem. Como entusiasta do misticismo, não lhe faltava conhecimento sobre tais assuntos. Ela tinha muitos tipos diferentes de extratos, essências florais, perfume, óleos essenciais e incensos que ela mesma preparava em casa. Como tal, já havia terminado os preparativos iniciais de acordo com as instruções do Louco.

— Flores da lua, hortelã dourada, flores do sono, cidra e rosa das rochas... Que mistura estranha... — Audrey resmungou baixinho. — Oh, é preciso limpar o corpo e acalmar a mente antes de se envolver com magia ritualística. Essa é uma forma de reverência ao divino -uh, ao alvo.

Enquanto imaginava todo o processo em sua cabeça, ela colocou o óleo essencial do ritual ao lado de sua banheira. Então, estendeu a mão e começou a despir o que estava usando.

Peças de sua roupa de seda caíram no cesto de roupa suja uma após a outra. Audrey enrolou seu cabelo num coque e testou a temperatura da água com a mão, e então cuidadosamente entrou na banheira, permitindo que seu corpo afundasse lentamente no caloroso abraço da água.

Phew... — Ela exalou confortavelmente, encontrando-se aquecida por inteira e se sentindo anormalmente relaxada.

Eu não quero mexer nem um único dedo... — Audrey se esforçou e saiu energicamente, e pegou a garrafa translúcida azul-clara ao lado dela, pingando algumas gotas na água.

Uma baforada de fragrância se dispersou, preenchendo o silêncio com um cheiro refrescante. Audrey respirou algumas vezes e assentiu em satisfação.

— Nada mal. Tem um cheiro muito bom.

— Como é relaxante. Que confortável...

— Eu não quero mover nem um dedo sequer. Tudo que eu desejo é ficar deitada aqui em silêncio...

— Silêncio, em silêncio... si-... lêncio...

Depois de perder a noção do tempo, Audrey de repente ouviu latidos.

Senhor dos Mistérios - Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora