Julia se aproxima. Maraisa puxa uma cadeira para que a garota se sente.
- Me conta, qual é a sua parte favorita do shopping? - a empresária pergunta.
- Eu gosto da parte que tem comida! - Julia responde.
- Eu também... - Maraisa conta em tom de segredo - Você gosta da parte que tem brinquedos? - Julia assente - Que tal ajudar a gente montar a melhor parte de brinquedos de shopping do mundo?
- Muito legal! - Julia exclama animada.
Maraisa abre o Tablet e exibe uma fachada com palhaços, a porta tinha um palhaço enorme e a entrada era por sua boca.
- O que acha? Você entraria nessa loja? - Maraisa pergunta.
Julia se volta para a mãe que assente, encorajando a menina a falar.
- Eu não gosto de palhaços. - Julia responde - A mamãe disse que é normal, que muitas pessoas não gostam.
- Sua filha é um gênio! - Maraisa exclama encarando a funcionária - Não importa o quanto a loja seja legal por dentro, se a fachada repele uma quantidade considerável de clientes, não temos como ser os melhores. - só então encara Julia com um sorriso - E o que você acha que a maioria das crianças gostam?
- Eu gosto de unicórnios. - Julia conta - Meus amigos da escola também.
- Se eu trocar o palhaço por um unicórnio, você acha que mais pessoas entrariam na loja? - Maraisa questiona.
Julia assente convicta de sua resposta.
- Certo. - Maraisa responde e anota a sugestão.
Até o horário do almoço, Maraisa mostrava a Julia todas as coisas que já haviam planejado para o espaço, ouvia atentamente os comentários da garota e anotava cada uma de suas ideias.
Perto do meio dia, Rosa bate na porta e comunica que o almoço está servido na área externa.
- Vamos? - Maraisa se levanta.
Assim que começam a caminhar para fora do escritório, Maraisa segura Marília pelo braço.
- Eu nem te perguntei se está tudo bem pra você que a Julia seja nossa consultora. - Maraisa diz e põe a mão na testa - Podemos negociar a participação dela no projeto ou você pode negar que ela se envolva.
- Ela está se divertindo com isso. - Marília responde e encara a filha, que segurava sua mão - Não me oponho.
- Se você permitir, eu quero que o nome dela apareça no projeto final. - Maraisa diz - Eu posso remunerar vocês por isso. Eu não gosto de lidar com essa parte do financeiro, mas a Monique te envia tudo certinho.
- Não! - Marília protesta - Eu permito que ela contribua porque ela está se divertindo. Não me oponho ao nome dela aparecer, mas não queremos seu dinheiro. Isso não é trabalho para ela.
- Marília, Marília... - Maraisa nega com a cabeça - Deixa de orgulho bobo. Eu vou lucrar com a consultoria dela e com a sua ajuda, e o meu lucro não será pouco. Me deixa ser justa na distribuição dessa renda!
- Ou ela faz isso por diversão ou ela não irá fazer! - Marília finaliza e encara a filha - Vamos lavar as mãos?
Julia assente e acompanha a mãe até o lavabo da sala.
- Mamãe, o que é remunerar? - Julia pergunta - E porque a Maraisa não pode remunerar a gente? Isso é ruim?
- Remunerar é te pagar pela ajuda que você está dando a ela com o projeto. - Marília explica - Eu não quero que isso seja um trabalho pra você! Você é pequena demais pra ter o peso dessa responsabilidade. Se você quer ajudar a mamãe e a Maraisa no trabalho, tudo bem. Mas eu só quero que você faça isso se for divertido pra você.
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Redenção
FanfictionSó o amor é capaz de redimir... Marília é uma mulher batalhadora que faz de tudo para cuidar sozinha da filha de 6 anos, ralando dobrado para manter sua família, seu trabalho e seus estudos. Como toda estudante de arquitetura daquela cidade, seu son...