Perplexo

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Isso não pode estar certo... Como Sr. Azik poderia ser o primeiro da linha de barões, o Barão Lamud? Esta é uma figura que viveu mil e quatrocentos ou mil e quinhentos anos atrás! De jeito nenhum, como posso ter certeza de que a pessoa no retrato é o primeiro Barão Lamud? — Klein olhou para a pintura a óleo, sua mente confusa. Era como se todos ao seu redor tivessem se tornado monstros ou como um sonho onde o mundo inteiro estivesse cheio de deuses.

Ele olhou para cima, para o homem loiro de meia-idade. Ele estendeu a mão para pegar o revólver do coldre de axila e disse com uma voz profunda:

— Isso não é uma antiguidade. Se você não esclarecer a situação, vou prendê-lo e acusá-lo de fraude!

Ele não se importava se o departamento de polícia fosse acusado depois. Seu único objetivo era ameaçar o homem e obter informações!

Ao mesmo tempo, Klein ativou sua Visão Espiritual. Então, ele olhou para as mudanças emocionais nas cores de seu alvo.

O homen loiro pulou de susto e disse com uma voz apavorada e abafada:

— Não, também não tenho certeza se é uma antiguidade. Não, ouvi dizer que é uma antiguidade, mas não sei muito sobre essas coisas. Eu realmente não tenho ideia. Eu nem sei muitas palavras... sim, palavras.

Ele olhou em volta ansiosamente, prestes a gritar por ajuda.

Nesse momento, ele viu Klein ajustar o cilindro e o martelo do revólver. Parecia que ia atirar em um suspeito que havia reagido.

De repente, ele se endireitou e parou, olhando em volta.

— Onde você conseguiu a pintura a óleo? — perguntou Klein pesadamente.

Os lábios do loiro tremeram e ele disse com um sorriso bajulador:

— Oficial, meu avô a encontrou no castelo antigo, há mais de quarenta anos. Uma parede externa e a sala no segundo andar desabaram, revelando esses itens, itens que as pessoas não conseguiram encontrar no passado. Uma delas era a pintura a óleo. Não, não, não, não essa pintura a óleo. A pintura a óleo original estava rasgada e não pôde ser preservada, então, meu avô encontrou alguém para fazer uma cópia da pintura. A que você viu agora, eu não menti para você. Uma pintura a óleo de quarenta anos atrás poderia realmente ser considerada uma antiguidade...

— Você tem certeza de que este é o retrato do primeiro barão Lamud? — Klein acariciou o gatilho para garantir que o olhar do homem não se movesse nem um centímetro.

O homem loiro riu e respondeu:

— Não tenho certeza, mas acho que sim.

— Por quê? — Klein quase riu da falta de vergonha do homem.

— Porque não havia etiqueta na pintura a óleo — o homem loiro respondeu seriamente pela primeira vez. — Assim como eu sou chamado de Gray Patife, meu pai é chamado Gray Cabelo Encaracolado, e apenas meu avô era o verdadeiro Gray.

Klein exalou silenciosamente e então perguntou:

— Onde está seu avô?

— No cemitério, ele está enterrado lá há quase duas décadas. Ao lado dele está meu pai, que foi sepultado há três anos — respondeu o loiro honestamente.

Depois de fazer algumas perguntas de diferentes ângulos, Klein ajustou o revolver na frente do loiro e o colocou de volta no coldre da axila.

Ele guardou sua identificação policial e se virou com seu casaco preto antes de caminhar em direção ao motel com as mãos dentro dos bolsos. Ele andou em silêncio pela rua sob a luz fraca que brilhava nas casas que ladeavam os dois lados da rua.

Senhor dos Mistérios - Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora