Passeio em Yokohama

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- O quão longe você está disposto a ir?

- O quão longe for necessário.

✧*:.。.♡♡♡.。.:*✧

A noite caiu rapidamente e eu vesti meu uniforme da Toman, como de costume. Prendi meus cabelos com um rabo de cavalo mal feito, calcei minhas botas e saí de casa até a minha moto.

Sentada sobre a mesma, encarei o chaveiro na minha mão; havia um de gatinho preto e um branco, os dois se completavam.

Um deles pertencia a Keisuke.

Suspirei pesadamente segurando as peças geladas com força, olhando para cima. O céu escuro com poucas nuvens exibia muitas estrelas naquela noite.

- Vou cumprir a sua vontade, Kei. Não precisa se preocupar, onde quer que você esteja. - Dei partida na moto e então segui até o templo.

Estava tudo calmo, uma brisa fria soprava fazendo minha pele arrepiar por debaixo do tecido fino do uniforme. A cada degrau que eu subia, sentia a tensão tomar meu corpo; eu estava caminhando rumo ao início do maior inferno da minha vida, e nem mesmo imaginava.

Passei entre os membros apressadamente, por onde andava sentia os olhares curiosos e até mesmo surpresos. Desde a luta com a Valhalla aquela era a nossa primeira reunião e ninguém realmente esperava que eu aparecesse tão cedo. Mikey e Draken estavam seguindo na direção oposta dos membros, no topo da escadaria.

- Manjiro. - Sequer precisei elevar o tom, apenas o som da minha voz fez todos pararem e me olharem. Ninguém ali tinha intimidade a ponto de chamar Mikey assim, nem mesmo Draken.

O garoto se virou lentamente com um olhar vazio. Algo nele parecia diferente; pela primeira vez na vida, Mikey parecia ter perdido todo o seu brilho.

- Akira...? Eu pensei que não viria.

- Não se anime, Sano. Eu só fim fazer um anúncio. - Dei um passo à frente - Eu estou renunciando o cargo de capitã da sexta divisão.

Pude ouvir o espanto dos membros ao meu redor. Os demais capitães e vices não disseram nada, embora compartilhassem das mesmas expressões.

- Akira, isso não é necessário. - Draken se meteu.

- Não se meta, Kenzinho. Isso é entre eu e ele. - Pude ver pelo canto do olho quando um garoto de óculos se aproximou furtivamente.

- Escuta, sei que não nos conhecemos muito bem, mas tem certeza que quer fazer iss-

- NÃO ME TOCA, SEU IMUNDO! - No momento em que Kisaki encostou no meu ombro, agarrei seus cabelos dando uma joelhada no seu rosto. O garoto caiu desnorteado com o nariz sangrando. - E você, Manjiro - Me virei para Mikey novamente - Você é o culpado disso tudo. Farei você pagar pela morte do meu irmão.

Antes que Mikey pudesse responder, saí a passos largos apressadamente. Agora estava feito, não havia mais volta. Eu havia me tornado oficialmente inimiga da Toman. Estava pouco a pouco fazendo exatamente o mesmo que Keisuke, mas com um motivo egoísta e incompreensivo.

Depois disso eu decidi que passaria mais alguns dias em casa. Cerca de uma semana se passou e Ran não voltou para me ver, Mitsuya e Nahoya mandaram mensagem algumas vezes mas eu não respondi. Apenas queria tirar algum tempo de paz para mim mesma, e estava funcionando.

Eu estava sentada no sofá de casa quando ouvi o som da campainha. Ao abrir a porta, me surpreendi com Ran. Ele usava uma roupa longa e preta, parecia muito uniforme de gangue. Assim que me viu, o Haitani sorriu abertamente, avançou sobre mim em um abraço caloroso.

Send Me Orchids - Ran Haitani Onde histórias criam vida. Descubra agora