23. Sentimentos Estranhos

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- Aqui está o que você pediu, Kim. – Entreguei uma sacola cor de rosa para ela com roupas dentro. – Tem exatamente as roupas que você pediu.

Ela pegou da minha mão, as tirou de dentro, abriu as mesmas, olhou a frente e a trás, e entregou para mim.

- Estão erradas? – As peguei um pouco decepcionado.

- Estão certas, dobre-as, as coloque na sacola e depois coloque ali. – Apontou para a cadeira do acompanhante.

Respirei fundo.

- Está bem.

Fiz o que ela pediu e logo voltei minha atenção para ela.

- Kim, você precisa de mais alguma coisa?

- De... – A interrompi.

- Por favor, diga exatamente tudo que você quer hoje para eu não ter que ficar indo e voltando.

- Está achando ruim?! – Arqueou as sobrancelhas. – Se você quer meu perdão, faça exatamente tudo que eu mandar, na hora que eu mandar e quando eu mandar! Caso contrário eu te entrego pra polícia e esqueço tudo que o Keisuke disse a mim!

- Kim, eu tenho que ir em um lugar importante hoje.

- Não deve ser mais importante do que eu! – Riu debochada. – Eu tenho certeza disso.

Respirei fundo e apertei as mãos, me contendo para não fazer e nem dizer nenhuma besteira.

- A mãe da S/n morreu, e hoje é o velório dela. A S/n está muito mal, e eu quero ir dar pelo menos um pouco de apoio pra ela.

Mesmo eu não sendo muito bom para isso como o Baji...

A Kim desmanchou a feição irritada e ficou um pouco mais "calma".

- Aquela garota que estava na sua casa? – Perguntou num tom mais moderado.

- Sim.

- Deve estar sendo horrível para ela. – Abaixou a cabeça e a virou para o canto. – Pega. – Entregou o cartão. – Compra um yogurt de maracujá, e compra um grande, de preferência, sem gordura, mas se não tiver, não tem problema, pode ser o normal.

Peguei o cartão, saí do hospital e fui comprar o que ela pediu.

...

- Aqui. – Entreguei a ela o yogurt.

- Obrigada. – Ela pegou e colocou na mesa ao lado da cama. – Pode ir lá no velório da mãe da sua amiga. Não tenho mais nada para pedir por hoje.

Fiquei surpreso.

- Sério?

- Sim. E diga que eu mandei meus pêsames a ela.

- Tá... – Respondi ainda abismado com a boa vontade dela.

- Que foi? Eu não sou ruim assim como você pensa, Kazutora. – Disse cerrando os olhos para mim.

- Sei... – Sorri. – Até amanhã.

Acenei e fui embora dali.

Saí do hospital correndo, peguei a moto, liguei-a, dei a partida e saí daqui.

Peguei meu celular, procurei o contato do Baji e perguntei a ele por mensagem onde que está acontecendo o velório, segundos depois ele respondeu que vai ser na antiga casa que a S/n morava com a mãe. Após isso, guardei o celular dentro do casaco e peguei caminho de lá.

Não consigo entender a mim mesmo. Eu não tenho nenhuma obrigação com a S/n, mas mesmo assim ainda estou fazendo tudo isso por ela, cuidando da Kim, saindo às pressas de um hospital sendo que eu poderia simplesmente ir para casa, relaxar, curtir com outras garotas...

Imagine Kazutora - O Anjo Do Meu InfernoOnde histórias criam vida. Descubra agora