Prólogo

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Como Sangue e Lágrimas
Prólogo

A

beirada de Ponta Tempestade, ao menos doze homens se encontram postos um ao lado do outro. Todos com lanças e espadas afiadas como navalhas, capazes de atravessar o corpo de um cidadão em menos de um minuto.

Eles vestem armaduras de metal e capacetes de aço como se estivessem prontos para irem a guerra. Mas os poucos homens que pairam sob a montanhosa rocha posta as suas frentes, não transmitem nada além de receio e desconfiança. Temerosos demais para controlar seus impulsos mais naturais ao tremerem enquanto a chuva lhes atinge de maneira genuína.

Parado logo a frente, com um enorme casaco preto que bate na altura dos joelhos e com um semblante não muito agradável, Aemond Targaryen se limita em observar seus homens de guerra. O príncipe caolho avalia todos eles com cautela, minimamente notando cada receio estampado em suas faces pela tempestade que os cerca.

O platinado desce da plataforma central e caminha vagarosamente entre os soldados, levando sua mão uma vez ou outra a espada de aço valeriano bem presa a bainha de sua cintura. O cabelo branco como neve atinge sua face mais de uma vez pelo forte vento, mas não parece ser o suficiente para parar o príncipe de Westeros. Ele chega até os enormes degraus do palácio de Ponta Tempestade e encara cada um de seus homens.

— Iremos nos locomover hoje — o príncipe dissera em um tom de voz alto e autoritário. — Nossos dias de estadia em Ponta Tempestade acabaram.

Um raio surge no céu imerso, e é o suficiente para que muitos homens se perguntem o motivo pelo qual Aemond almeje viajar numa tempestade tão avassaladora como aquela. Poderiam esperar um dia ou uma noite, desde que passasse a tormenta de vento e raios que caíra atualmente.

— Irei fazer uma visita a Casa Tyrell — ele prosseguiu, sentindo cada partícula de água grudar em sua face. — E não preciso que me acompanhem desta vez. Irei sozinho e espero que cheguem a Porto Real para dizerem a minha mãe que conquistarei novos aliados para Aegon.

Alguns soldados acenaram positivamente com a cabeça, tranquilos de que não precisariam navegar até o outro lado do mundo para satisfazer as vontades do principe caolho. Outros optaram por continuar encarando o príncipe, incapazes de assimilar a situação. Talvez tenham acreditado que não fora uma decisão sábia viajar sozinho, em meio a uma guerra civil, ao ter conquistado uma reputação tão covarde em poucos dias.

Fora um fato de que matar Lucerys tenha trago agravantes consequências a Aemond. O repúdio por si fora tão grande que sua mãe mandou uma mensagem através de um corvo avisando ao príncipe que o chamavam agora de "matador de parentes". Apesar de idolatrado por grande parte da Corte e sempre tendo apoio direto do povo, Aemond conquistou seu primeiro título não nobre por uma escolha carregada de emoções.

Entretanto, seria um enorme erro afirmar que o príncipe Targaryen carregava arrependimento por seu ato. Apesar de ter oficializado a guerra com tal atitude, Aemond não sentiu arrependimento algum ao ver Vhagar destroçar seu sobrinho. Muito pelo contrário, sua sede por vingança ao ter seu olho perdido por Lucerys fora saciada de maneira brutal.

O príncipe caolho desce dos degraus com rapidez e caminha em passos largos em direção ao estábulo onde colocara seu dragão. Nenhum homem dita uma palavra sequer, temerosos demais para contrariar Aemond em tempos sombrios.

 Nenhum homem dita uma palavra sequer, temerosos demais para contrariar Aemond em tempos sombrios

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⏰ Última atualização: Oct 31, 2022 ⏰

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