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Jeongin nunca foi muito de acreditar nessas coisas de vampiros, bruxos, lobisomens e mitos no geral, sempre achou tudo isso uma baboseira. Histórias extremamente mentirosas para assustar pessoas com cérebro pequeno o suficiente para acreditar nesse tipo de coisa.
Olhava com desdém para a pequena aglomeração de pessoas andando pelas ruas, com fantasias bem produzidas e baldes em formato de abóbora nas mãos. Suspirou, saindo de perto da janela e fechando a cortina. Aproveitou para apagar as luzes de fora — esperava que ninguém batesse à sua porta.
Trinta e um de outubro não era bem sua época favorita do ano. Não gostava do Halloween, dia das bruxas, ou seja lá qual fosse o nome tosco que esse dia tinha. Odiava as crianças tocando sua campainha três vezes a cada minuto. Odiava a gritaria. Odiava tudo.
Suspirou, colocando um pouco de suco de laranja no copo médio. Olhou em volta, vendo a casa enorme ocupada apenas por si, já que seus pais estavam viajando de férias no outro lado do mundo — Coréia do Sul —. Mesmo que acostumado a ficar sozinho no imóvel, não era algo que gostava muito, era grande demais para apenas ele.
Saiu de seus pensamentos quando a campainha tocou. Ele iria fazer o mesmo de sempre; pegar umas jujubas, seu suco e sentar no sofá, em frente a tevê, colocar seu desenho favorito e deixar que seja lá quem estivesse tocando campainha plantado.
Revirou os olhos quando o som irritante ecoou pela casa mais quatro vezes. Depois de novo. De novo, e de novo… Caramba, iriam desistir nunca?
E não parou, o som ecoou novamente, uma vez atrás da outra. O jovem respirou fundo, xingando todos os palavrões que foi capaz de lembrar naquela hora, caminhando até a porta e abrindo, pronto para xingar quem estivesse lá.
— Doces ou travessuras? — arqueou a sobrancelha ao ver o rapaz mais alto que si e fantasiado de vampiro, perguntar.
Aquele era Hwang Hyunjin. O conhecia de vista, uma vez que estudavam na mesma escola e tinham aula de inglês juntos. Ele era bonito, mas também era esquisitão.
Por mais belo que fosse, não virava motivo de fofoca pela escola por isso, mas pelo seu jeito. Costumavam dizer que ele era arrogante, era frio, não ligava para ninguém, mas sempre tinha as melhores notas da escola. Era esperto, ainda que muito, mas muito estranho.
— Vem cá… você não acha que está grandinho demais para pedir doces, não? — Jeongin ainda o encarava com deboche e um tom arrogante.
— Hum… talvez, mas isso não importa. Doces ou travessuras, Yang Jeongin? — ele coçou o queixo.
— Não tem doces aqui. — Quando estava prestes a fechar a porta, num movimento tão rápido, quase incapaz de ser visto, Hyunjin entrou em sua casa.
— Travessuras, então? — ele sentou no sofá.
— Quem você pensa que é, seu idiota de merda? Saia da minha casa agora! Não permiti que entrasse aqui. — Caminhava lentamente para a cozinha americana, precisava pelo menos de uma faca caso aquele maníaco tentasse algo.
