Prólogo

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Aviso Legal: Os personagens encontrados nesta fanfic são apenas alusões a pessoas reais, nada aqui condiz com a realidade de cada famoso citado e não deve ser levado em consideração, é apenas uma estória criada de fã para fã com o intuito de divertir.
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             Segunda-feira — 10:48

    Podia ser muito difícil segurar um sorriso bobo quando ela estava à poucos metros de você. Eu não era a única a poder dizer isso, todo o refeitório hora ou outra caia aos suspiros por ela, isso era bom, quase, pelo menos eu podia fazer o mesmo sem me reprimir.

  Ela tinha essa áurea, essa espécie de mágica que tomava toda a atenção para si sem precisar de muito esforço, eu acredito fielmente que seu cheiro não era o único motivo, sinceramente eu poderia passar horas ininterruptas falando todos os motivos para ela ser digna de tanta adoração. E céus, aquele sorriso com a língua entre os dentes, essa careta idiota e implicante faziam meu coração bater tão alto que as vezes me preocupava de mais alguém escutar. Entre uma conversa e outra todos acabavam do mesmo jeito: perdendo o senso da realidade enquanto adorávamos Camila Cabello.

   A ômega latina dona de toda a minha admiração e secretamente paixão estava agora sentada no meio do refeitório em uma mesa com seus vários amigos populares e alfas que tentavam ganhar sua atenção por pelo menos poucos segundos. Isso era até engraçado, Camila não era líder de torcida, ela era apenas a ômega do grupo de teatro com um talento louvável e enorme generosidade. Mas droga, isso foi tão mais que o suficiente para fazer dela tão adorada. Todos caiamos por ela e no fim ninguém ganhava.

   Queria poder contar que o nosso problema era apenas a popularidade dela e que eu era uma nerd tímida sem amigos, porém não seria toda a verdade. Camila era popular, óbvio, mas gentil o bastante para ser fácil falar com ela (se você conseguir chegar até ela), e eu nunca fui muito apta a ser viciada em estudos, tinha sorte de ser boa o suficiente para quem sabe entrar numa boa faculdade, também tinha amigos o bastante para sobreviver e apesar do meu enorme problema com públicos eu não era tímida. O abismo entre Camila e eu era um pouco maior: ela era a ômega mais desejada da escola, e eu? Eu era uma beta.

  "Betas não conseguem saciar alfas e ômegas em seus heats".

  Diferente do que muitos pensam, heats não são uma época onde duas pessoas, alfas ou ômegas, estão conscientes e dispostos a fazer sexo loucamente, e se divertirem com isso. Heats eram puramente instintivos, normalmente seus corpos agiam por impulsos incontroláveis e agressivos até que desmaiassem para depois começar de novo. Pelo menos foram isso que me disseram. Nós betas não tínhamos esse impulso, não tínhamos heats e não conseguiríamos acompanhar esse ritmo sem sentir uma dor dilacerante.

  Foi então que a sociedade com suas regras invisíveis decidiram que o melhor era que betas ficassem com betas e alfas e ômegas entre si.

  Claro que haviam casos em que alguns alfas se arriscavam a ficar com betas, mas pouquíssimos davam certo. Já ômegas nunca se arriscaram a isso, era mais doloroso para eles, principalmente se o caso fosse em uma ômega e uma beta onde nenhuma das duas teria um pênis que, querendo ou não, é importante para sanar a dor dos ômegas.

  Fora que nunca daria certo, alfas são territoriais e possessivos, muitos não respeitavam a ideia de ômegas se envolverem com ômegas ou betas, era motivo de piada, discriminação e as vezes agressões. Camila Cabello tinha quase todos os alfas solteiros da escola atrás dela, eu seria liquidada se ao menos pensasse em tentar.

   Pensar nisso fez um suspiro triste e conformado escapar dos meus lábios. Dei uma última olhada nela, que conversava algo animada com a alfa Dinah Jane gerando altas risadas em toda a mesa, pelas caras e bocas elas deveriam estar implicando uma com a outra por alguma coisa, Dinah era uma das poucas alfas perto dela que não estava lá muito interessada em deixar qualquer marca no pescoço de Camila.

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