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Acordei por volta de seis horas da manhã, graças ao alarme. Tirei com muito custo a coberta que estava em cima de mim e me levantei da cama, Shuhua ainda estava dormindo, então fiz o mínimo de barulho possível.
Fui até meu closet no outro quarto e peguei algumas roupas minhas e de Shuhua, já deixando separadas em cima da nossa cama. Voltei ao quarto de hóspedes e me sentei do lado da cama no qual eu estava deitada antes, logo mais me aproximei dela e tirei alguns fios de cabelo que estavam caídos por seu rosto.
- Baby, está na hora de acordar. - disse com uma voz suave enquanto fazia cafuné em sua cabeça. - Vamos, se esqueceu que dia é hoje? - pergunto e ela rapidamente se senta na cama, me dando um pequeno susto.
- É hoje que eu vou voltar a a enxergar, não é? - pergunta animada.
Eu simplesmente travo quando ela diz isso. A chance de dar certo é uma em um milhão, e apesar de querer ser otimista, é bem difícil.
- Já conversamos sobre isso, se lembra? - ao ouvir minha resposta sua expressão muda drasticamente. - Mas dependendo do resultado, eu ainda vou estar aqui para você, e além do mais, podemos procurar outros médicos. - digo apertando suas bochechas e ela ri. - Agora vamos tomar banho antes que Yuqi comece a ligar igual o pessoal do telemarketing.
- Certo. - ela tateia a beirada da cama e se levanta da mesma. - Pode me ajudar? Não conheço muito bem esse cômodo. - me levanto e vou em sua direção para pegar sua mão, inesperadamente ela coloca as mãos em meu rosto e me dá um beijo, no qual eu retribuo. - Desculpa por ontem, sabe...pelas coisas que eu falei. Você é uma ótima mãe e uma ótima esposa, acho que eu só estava com medo de hoje e acabei descontando em você.
- Você não tem que pedir desculpas, eu quem tenho. - começo e abaixo a cabeça, ela parece saber exatamente sobre o que eu me refiro e põe a mão no meu queixo, logo levantando minha cabeça.
- Nada disso, nem pense em começar a falar que eu estou assim por sua causa. Não tinha como você saber. - seus olhos cruzam com os meus e eu sinto borboletas no estômago, mesmo sabendo que ela não me enxerga, sinto como se estivéssemos nos encarando de um jeito intenso, o mesmo olhar que demos uma para a outra no dia em que nos casamos. Coloco minhas mãos em seu rosto e me inclino para frente para juntar nossos lábios, mas o telefone da sala toca. - Deixa que eu vou.
- Deixa tocar. - diz e me puxa, fazendo com que o espaço entre nossas bocas fosse quebrado.
Começamos um beijo suave e intenso, novamente as borboletas tomaram conta do meu estômago, me sentia como uma adolescente apaixonada. As coisas estavam ficando quentes quando o som do telefone cessa e a secretária eletrônica apita indicando que a pessoa foi enviada para a caixa postal.
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: Eu espero que já estejam arrumadas, eu e Soyeon vamos chegar aí em 30 minutos. E aliás, por que não atendem a droga do celular? Eu liguei mais de cinco vezes. Eu acho isso um absurdo, vocês não têm empatia?- Eu disse que ela ia fazer isso, muito obrigada, Yuqi. - disse gritando, como se ela estivesse aqui.
: Essa indireta é para você mesmo, Seo Soojin. Eu sei que você está ouvindo, então acho bom atender o telefone antes que o tempo do recado acabe.
- Boa sorte, amor. - shuhua diz e caminha para fora do quarto. - Vou colocar a banheira para encher e te espero lá. - ela se apoia na parede e faz o caminho até nosso quarto.
- Toma cuidado. - digo e tomo coragem para atender o aparelho, Yuqi ainda continua falando e isso me dá mais vontade de simplesmente tirar o celular do gancho e ir tomar meu banho.