Parte única

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Não sei se foi real ou um sonho...

Estava em Massachusetts visitando meus pais. Pediram para que eu os esperasse no aeroporto. Enquanto espero, escuto "Blank Space" da  Taylor Swift, nada muito meloso, mas penetrante no mais íntimo de meu peito. Quando de repente minha vida faz jus a letra da música:
-Te vi ali, e eu pensei
Ai, meu Deus, olhe esse rosto!
Você parece com o meu próximo erro
O amor é um jogo, quer jogar?-

Eu fiquei desnorteada com aquele homem passando próximo de mim. Olhos castanhos, cabelo tão escuro quanto a noite, uma pele morena, limpa e aparentemente muito bem cuidada. Que homem!
Me tiram do meu transe. Papai e mamãe estão me olhando de braços abertos, prontos para me receber da melhor forma possível. Cumprimento-os e seguimos para casa. Me perguntam como está minha vida no Brasil e eu nem sei o que responder. Não quero que meus pais tentem me convencer morar aqui. Nasci lá e só me mudarei em última instância. Gosto dos meus amigos, meu apartamento. Gosto do que já consegui realizar lá.

Chego na casa de meus pais e vejo que Molly e John, meus primos, estão muito bem acomodados. Nunca gostei desse comodismo deles. Meus pais dizem que eles vivem aqui. Mas eles não falam em um tom de "não os quero aqui" mas com o tom de que amam a companhia deles. Já que "não posso" estar com eles...deixa esses sem rumo aqui.

John sempre deu em cima de mim, na cara dura. Nunca quis nada!
Molly muito mesquinha mas nos dávamos "bem". Não sei agora.

De repente, meu telefone toca:

-Hi! Eu correspondo com o mesmo...

-Who is it? Pergunto quem é, e ele e diz que se chama Cristhofer. Não faço ideia de quem é. Digo que eu não o conheço e que ligou para a pessoa errada.
Meus pais me perguntam quem está ao telefone e em português respondo o ocorrido. Cristhofer do outro lado:

-Tu és brasileira?

Me volto para ele e assinto. E ele diz que é brasileiro também e que estava tentando ligar para a irmã, porém, alguns números haviam sido discado erroneamente. Ou algo assim, sei lá...
Perguntou-me se eu queria sair com ele. E como sou uma boa moça, recusei, já que não o conheço.

-Pode ser algo formal. Acredito em destino. Em Massachusetts quase não há a presença de brasileiros. Aleatoriamente te encontrei. Creio que não foi à toa!

Ele é doido. Massachusetts vive cheio de turistas brasileiros! Mas, e se?

-Tá bom. Onde vamos?

-Fenway Park, hoje às 3:00 PM?

-Ok. Nos encontramos lá. Posso levar uma pessoa?

-Não seria ideal, mas se for para te conhecer...pode sim. Ah, e sua voz é linda, acho que já me apaixonei. Te espero lá! Qual seu nome mesmo?

-Sarah, prazer.

-Que nome lindo!

Cara ousado. Gostei dele...

Às 2:00 PM vejo que fiz tanto mas não fiz nada. Ajeitei uns relatório da empresa onde trabalho e ainda há muito o que fazer. Depois que falei para os meus pais que iria sair com um desconhecido que eu nunca, sequer, tinha falado com ele além daquele momento, eles quase me mandaram de volta para o Brasil. Para conforto deles, John irá comigo. Fará o papel de meu "namorado", mas na real, ele será meu guarda-costa. Tô ansiosa e apreensiva.

3:00 PM...uma bela tarde para ir à um parque com o primo que eu não correspondo o "amor" e ver um cara que eu não faço ideia de como é.
Chego no deque principal, onde há várias pessoas muito bem vestidas para a ocasião. Estou num básico vestido soltinho, creme e com um mini decote. Tá ótimo! Há, também, muitos casais com seus celulares em mãos, sem apreciar o momento com seus parceiros. Meu Deus, que mundo!
Enquanto enojo meu olhar bate nele. Sim, naquele homem que vi no aeroporto. Numa camisa polo azul marinho, bermuda branca, cabelos ao vento. Desvio o olhar, e pego meu celular, por haver uma notificação:  -DESCONHECIDO- sorrio, já sei quem é! Logo mudo o nome de contato.

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⏰ Última atualização: Nov 15 ⏰

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